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terça-feira, 7 de junho de 2011

Medicamentos: os riscos das interações

Remédios para a dor, associados sem orientação, podem causar problemas irreversíveis

Combinações aparentemente simples e inofencivas podem provocar danos catastróficos à saúde

O conhecimento da farmacologia dos medicamentos é fundamental – mas é uma competência de especialistas que estudam o assunto.

Não há buscadores de internet, bulas virtuais ou experiências alheias que ofereçam garantias rápidas para aliviar uma dor com segurança.

Tão importante quanto reconhecer um diagnóstico de câncer, rechaçar a automedicação tem como base uma medida de proteção aos pacientes. As interações entre remédios com princípios ativos diferentes podem ser bombásticas e irreversíveis.

“O profissional precisa ter um conhecimento vasto sobre as propriedades dos medicamentos. É fundamental entender o histórico do paciente, as doenças crônicas, as possíveis rejeições. Para blindar os riscos, o especialista deve saber a via de absorção, principio ativo, quanto tempo dura, quais os efeitos colaterais, e por quais vias o remédio será eliminado”, explica Alfredo Salim Helito, clínico geral do Hospital Sírio Libanês de São Paulo.

Na prática, é possível resumir o resultado dessas interações em três reações principais: potencializar o efeito, minimizar e anular a eficácia, ou criar uma terceira reação, que os tais medicamentos, sozinhos, não são capazes de provocar.

Independente do tipo de interação, os resultados, na maioria das vezes, não são brandos. As combinações são mútiplas, só o especialista tem repertório para indicar os uso conjunto de medicamentos”, afirma Paulo Olzon Monteiro da Silva, chefe da Disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O terrorismo dos médicos não parece em vão. As interações podem provocar insuficiência renal, hepática, pulmonar, e até a morte. Abaixo, a pedido do iG Saúde, os médicos listam alguns exemplos de combinações perigosas:

Anticoagulantes
O uso de anticoagulantes como os dicumarínicos, medicamentos que inibem a produção do fator de coagulação dependente de vitamina K no fígado, associado com um analgésico, usado para aliviar sintomas de uma dor de cabeça, por exemplo, podem potencializar muito a função do anticoagulante e desenvolver uma hemorragia no paciente que fez uso concomitante dos dois.

Câncer de mama
Após um câncer de mama, é recomendado às pacientes o uso de um medicamento contra o aparecimento de novos tumores. O principio ativo desse remédio, entretanto, pode ser cortado caso a paciente enfrente uma depressão e seja medicada com um antidepressivo muito usado, a fluoxetina. “Ela tem o efeito de anular o medicamento que previne o reaparecimento do tumor.”

Problemas cardíacos
Remédio da classe dos digitálicos são muito usados para tratar problemas de coração. Se um paciente, com essa doença começa a tomar um betabloqueador, recomendado pra tratar enxaqueca, por exemplo, a associação entre os dois compostos químicos pode provocar um bloqueio cardíaco grave, que pode exigir a colocação de um marca-passo no coração.

Viagra
O uso de nitritos, remédios prescritos para tratar problema de coração, ao ser combinado com o Viagra, medicamento para combater a impotência sexual, resulta em hipotensão. “A pressão vai a zero e o paciente morre. A associação desses dois leva um caso muito grave de hipotensão.”

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