Participantes no mundo virtual também adotaram hábitos alimentares mais saudáveis
Mundo virtual demonstrou ganhos semelhantes ao real
Visitas regulares a uma academia de ginástica na rede social Second Life, em que usuários podem simular a vida no mundo real, pode ajudar obesos a perderem peso de verdade, segundo cientistas do exercício dos Estados Unidos.
Pesquisadores da Universidade de Indiana realizaram um estudo com participantes de dois programas de emagrecimento com duração de 12 semanas -um real e um online - e descobriram que todos perderam a mesma quantidade de peso.
Em quatro horas de reuniões semanais, os participantes de cada grupo receberam orientações sobre nutrição, atividades físicas e adoção de hábitos saudáveis, e foram encorajados a praticá-los no cotidiano. Um dos grupos, no entanto, se reunia em uma comunidade online de perda de peso no Second Life chamada Club One Island, que ajudou a desenvolver a pesquisa.
No final do experimento, os participantes dos dois grupos perderam, em média, 4,5 quilos. No entanto, quando os grupos foram examinados em relação a mudanças de comportamento, os que usaram o Second Life pareceram estar comendo de maneira mais saudável e fazendo mais atividades físicas.
De acordo com os cientistas, a autoconfiança e a motivação conquistadas na academia virtual ajudaram os participantes a atingirem seus objetivos na vida real. O psicólogo do exercício britânico Jeff Breckon, da Universidade de Sheffield Hallam, corroborou os resultados, afirmando que, para perder peso, uma mistura de motivação real e virtual pode funcionar melhor.
Solução complementar
O Second Life, lançado em 2003, permite que os usuários criem personas virtuais que podem interagir entre si online. A médica Jeanne Johnston conduziu a pesquisa, apresentada na Conferência da Associação Americana de Medicina do Esporte em Denver. Em parceria com a comunidade Club One Island, ela desenvolveu um programa específico de reuniões e atividades para os participantes do estudo.
Os grupos eram formados majoritariamente por mulheres, com uma idade média de 46 anos, no Second Life, e de 37 anos no grupo que comparecia à academia. "A ideia de ser mais ativo em um mundo virtual parece um contra-senso, mas as atividades que são feitas lá podem se transferir para o mundo real", disse Jeanne Johnston.
"O programa virtual foi pelo menos tão benéfico quanto o programa tradicional e, em alguns casos, mais eficiente. Ele tem o potencial de atingir pessoas que normalmente não iriam a uma academia por causa de suas limitações, como falta de tempo ou desconforto com o ambiente", afirmou.
Mas Jeff Breckon diz que a experiência virtual pode ajudar a real, mas não é suficiente por si só. "Ainda há evidências de que as sessões de exercício particulares são bem sucedidas. Pode haver um lugar para isso (o programa virtual de perda de peso), mas talvez em conjunto com sessões de exercícios presenciais, e não como substituição a elas.
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