É preciso, no entanto, saber quais os riscos e indicações de cada procedimento
O segundo semestre do ano é a época da "recauchutada no visual" dos gaúchos. De acordo com os cirurgiões plásticos, o frio favorece o pós-operatório e no caso dos procedimentos corporais ainda dá tempo de chegar com tudo em cima para o verão e desfilar um biquíni sem culpa. O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional Rio Grande do Sul, Pedro Bins Ely, destaca que de julho a novembro o movimento nos consultórios quase dobra. Muitos dos clientes se perguntam quando é a hora certa para optar por um recurso estético tão invasivo. Nesses casos, não é só a idade cronológica que deve pesar. Cautela e objetivos bem claros com relação aos resultados ajudam a dar tranquilidade sobre a decisão certa.
– O momento de operar depende da situação em que o paciente está. Hoje, algumas meninas de 15 anos são mulheres, por exemplo. Quem decide a hora de uma intervenção é a pessoa, pensando em qualidade de vida e autoestima – avalia o médico. O chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rinaldo De Angeli Pinto lembra que, antigamente, a mama só era operada após o período de procriação da mulher porque a função do órgão poderia ser perdida com a intervenção Hoje não. Depois dos 18 anos, o procedimento está liberado, mas têm exceções.
– Operei uma menina de 12 anos que tinha 1,75cm de altura e desenvolvida do ponto de vista orgânico. Quando examinava a mama dela, que era muito pesada, ela dizia: "tio, quando é que eu vou poder brincar?" Ela já não queria mais ir à aula. Era impossível esconder um seio daquele tamanho. Operamos – lembra o médico.
Além do fator cronológico, outras questões podem estar envolvidas. É comum quem queira consertar problemas emocionais na mesa de um cirurgião.
– Junto com o diagnóstico anatômico, está o psicológico. Se uma pessoa tem uma pedra na vesícula, ela quer tirar para sumir com a dor. Se uma paciente procura o cirurgião porque se separou e ela acha que vai trazer o marido de volta, não há indicação cirúrgica, porque a expectativa é fantasiosa. É no momento do pré operatório que se começa o pós. Muitas vezes, a orientação certa é a ajuda psicológica e psiquiátrica para maturar o que a pessoa está buscando de fato, para não gerar frustrações.
Plástica invisível, segundo especialistas, é pura chantagem emocional.
– A medicina e a biologia do corpo humano são uma só. Quem usa subterfúgios fantasioso está te preparando uma sacanagem. Não existe plástica sem cicatriz, nem pós operatório sem desconforto – afirma Pinto.
No consultório do cirurgião Eduardo Chem, mais da metade dos clientes chegam acima do peso querendo emagrecer com a lipo.
– Ela só tira uma pequena parte de gordura subcutânea. O resto é muita dieta, exercícios físicos e terapia. Senão vai continuar sem se gostar – diz Eduardo. Mulher quando chega perto da menopausa, acumula gordura onde não tinha. Algumas meninas tiram a gordura que já nasceu com ela. A célula de gordura nasce com elas. São como balões vazios, que vão se enchendo em locais determinados, principalmente cintura e nos quadris.
Segundo o cirurgião Leandro Fuchs, membro da Comissão de Ética do Hospital Ernesto Dornelles, é preciso ter calma para notar os resultados após a operação, que, na maior parte das vezes, só será obtido em seis meses.
– Há a possibilidade de pequenos retoques, considerando que o corpo humano depende de vários fatores, como cicatrização, retração de pele, entre outros e, muitas vezes, isso pode ser imprevisível.
Fonte Zero Hora
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