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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Saiba como afastar o diabetes da sua vida

 

Doença é intimamente ligada à obesidade e vida sedentária

A frase "Stop Diabetes", estampada em um cartaz gigante na frente do Centro de Convenções de San Diego, sede do 71º Encontro Anual da Associação Americana de Diabetes (ADA), realizado em San Diego (EUA), no final de junho, representava o clamor dos endocrinologistas contra essa epidemia mundial. Descontrolada, a incidência de diabetes dobrou em 20 anos, segundo um estudo da revista científica The Lancet. Hoje são 347 milhões de pessoas com a doença no mundo, um número tão alto que superou projeções anteriores, segundo as quais o planeta teria 285 milhões em 2010. O diabetes mais comum, do tipo 2, é fortemente associado a outra epidemia do século 21, a obesidade combinada à vida sedentária.

A doença pode provocar complicações como distúrbios cardíacos, derrames, danos aos rins e ao fígado e cegueira. Do total de portadores do mal, 138 milhões vivem na China e na Índia e outros 36 milhões, nos Estados Unidos e na Rússia. Entre os 199 países analisados, o Brasil ocupa a 119ª colocação, com 20 milhões de diabéticos. Todos com predisposição para apresentar distúrbios secundários, como, por exemplo, a retinopatia diabética.



Em todo o mundo, a prevalência de diabetes em homens de mais de 25 anos cresceu de 8,3% para 9,8% entre 1980 e 2008. Para mulheres com mais de 25 anos, saltou de 7,5% para 9,2% no mesmo período.

– Essa é uma das características definidoras da saúde mundial nas próximas décadas – diz Majid Ezzati, epidemiologista do Imperial College London, que chefiou o estudo apresentado na reunião americana.

Segundo ela, trata-se de uma epidemia em grandes proporções. E diferentemente dos casos de hipertensão e colesterol alto, não há um bom tratamento para o diabetes. A terapia atual consiste no uso de insulina ou de medicamentos para controle de glicose, alimentação pobre em carboidratos e gorduras e atividades físicas por toda a vida. O prognóstico é sombrio para quem não segue essa regra. Ainda segundo a pesquisa divulgada pela The Lancet, o diabetes mata 3 milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano.

Na raiz do problema está o excesso de peso. Porém, para manter o peso em dia, não basta eliminar açúcar e doces da dieta. O endocrinologista Saulo Cavalcanti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, participou da reunião de San Diego e voltou convicto das suas teses: o diabetes exige mudanças do estilo de vida.

– Precisamos deixar de ser sedentários, ter uma alimentação mais saudável e preferir alimentos não industrializados. Hoje as pessoas vivem mais e o diabetes é uma consequência natural do envelhecimento – alerta Cavalcanti.

Veja algumas dicas para conviver bem com o diabetes

:: Dieta especial: quer você tenha diabetes tipo 1 ou tipo 2, você se beneficiará bastante se seguir uma alimentação saudável, que irá ajudar a melhorar seus níveis de glicose, pressão e colesterol no sangue, além de ajudar a manter o seu peso sob controle. Mesmo que você tome remédios para a diabetes, controlar a sua alimentação é essencial para tomar as rédeas da doença e evitar as complicações. Lembre-se de obter auxílio adicional para o seu caso específico com o seu médico, com um profissional especializado na educação sobre a diabetes e/ou com um nutricionista.

:: Abandone o excesso de bagagem: estima-se que 90% das pessoas com diabetes tipo 2 estejam acima do peso quando são diagnosticadas com o problema. E mais: problemas de excesso de peso podem acelerar o processo da doença e precipitar o desenvolvimento de complicações, especialmente doenças cardiovasculares e derrames. Ao comer melhor, seu corpo melhorará o uso da insulina disponível para diminuir os níveis elevados de glicose sanguínea, o que pode ajudar a retardar, reduzir ou eliminar a necessidade de medicamentos para a diabetes.

:: Conheça seus carboidratos: a receita tradicional para pessoas com diabetes era o seguinte: evite carboidratos simples ou açúcares simples (como açúcar de mesa) porque eles aumentam o nível de açúcar no sangue rapidamente, e prefira os carboidratos complexos (como o amido e fibras encontrados em grãos, batatas, feijões e ervilhas), pois eles aumentam o açúcar sanguíneo de maneira mais lenta. Porém, o que realmente importa é como a comida é preparada e o acompanhamento desses carboidratos. A gordura, por exemplo, deixa a digestão de carboidratos mais lenta e diminui a velocidade com que a glicose é liberada no sangue. Carboidratos complexos que ainda não foram refinados ou processados continuam a ser as melhores opções devido aos nutrientes valiosos que fornecem, pois o refino e processamento costumam tirar os nutrientes e as fibras.

:: Acostume-se com as fibras: uma das razões pelas quais os carboidratos complexos não refinados, como pães e grãos integrais, são tão benéficos é que eles são ricos em fibras, que diminuem os picos de glicose sanguínea após uma refeição.

:: Coma aos poucos: muitos especialistas acreditam que os portadores da diabetes tipo 2 conseguem atingir níveis de açúcar normais evitando uma sobrecarga de alimentos de uma só vez. Tente comer três refeições menores e dois lanches durante o dia, mas sem aumentar a ingestão total de calorias.

Fonte Zero Hora

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