O presidente da Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro (ADASCA), Joaquim Carlos, disse hoje que as notícias sobre o não aproveitamento do plasma em Portugal provocou "profundos danos colaterais" nas dádivas de sangue.
Foto: 123RF
"Esta notícia caiu como uma bomba H e está a afetar as dádivas de sangue, nomeadamente em zonas do Interior", disse Joaquim Carlos, durante uma conferência de imprensa para apresentar a primeira Convenção Nacional de Dadores de Sangue, que decorrerá em Aveiro no próximo dia 23.
O mesmo responsável referiu que, em determinados pontos do distrito, "houve uma redução de dadores substancial", acrescentando que, no caso de Aveiro, não se sentiu essa diminuição, porque "as pessoas estão mais esclarecidas".
A notícia de que Portugal destrói o plasma do sangue que recolhe devido a problemas com um concurso que obriga o Instituto Português do Sangue (IPS) a gastar anualmente 70 milhões de euros a adquirir este produto de saúde marcou o Dia Mundial do Dador de Sangue, que se assinalou a 14 de junho.
Entretanto, no início deste mês, o presidente do IPS, Álvaro Beleza, anunciou que a câmara de frio destinada a armazenar plasma, inativada há vários anos, já estava a funcionar e que até ao fim do ano serão produzidas cerca de 20 mil unidades.
Esta será uma das questões que vai estar em discussão durante a primeira Convenção Nacional de Dadores de Sangue, promovida pela ADASCA, subordinada ao tema Responsabilidade Social da Dádiva de Sangue e o Papel das Associações de Dadores na Sociedade Contemporânea.
"É preciso tornarmos claro perante os dadores e outros colegas, que estarão presentes, onde é que começa e termina a responsabilidade social da dádiva do sangue, nomeadamente pelos cidadãos saudáveis", disse Joaquim Carlos.
O encontro, que terá lugar no auditório do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Aveiro, conta com cerca de 80 inscrições entre representantes de associações e dadores a título individual.
Estão previstas intervenções de Mário Chin, do Centro Regional de Sangue de Coimbra, e Lúcia Borges, diretora do Serviço de Hemo-Imunoterapia do Hospital Infante D. Pedro de Aveiro.
O presidente do IPS fechará os trabalhos, pelas 16:30, com uma intervenção sobre a nova estratégia da política do sangue para Portugal.
Com mais de quatro anos de existência, a ADASCA conta atualmente com cerca de 2.500 dadores associados.
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