Quando o carro deixa de ser meio transporte e passa a ser enxergado como uma extensão da personalidade do condutor, o resultado pode ser o aumento da agressividade na direção. Esta é a conclusão de um estudo que buscou examinar como a personalidade, a atitude e os valores de uma pessoa podem contribuir para o comportamento agressivo no trânsito.
Dados apresentados no estudo feito pela Universidade de Temple, mostram que desejar dirigir um determinado modelo de carro é um dos comportamentos mais comuns de consumo, e que a agressividade no trânsito é responsável por um terço de todos os acidentes que envolvem lesões corporais e dois terços de todos os acidentes fatais nos EUA.
A pesquisa foi realizada com base em dois levantamentos feitos inicialmente em Israel. Em um deles, 134 homens e mulheres na faixa dos 23 anos responderam a perguntas gerais sobre seus valores, personalidade e atitudes. O outro, baseado no primeiro, foi feito com 298 pessoas, que falaram sobre atração pelo risco, impulsividade, prazer em dirigir e pressa.
Os resultados mostram que quanto mais uma pessoa se identifica com seu carro e vê nele um reflexo de sua personalidade, maior é a tendência de ser agressivo enquanto dirige e de infringir as leis de trânsito. Esse comportamento também é mais forte em pessoas materialistas e com tendências à compulsão.
Ainda segundo o estudo, jovens que ainda não têm sua identidade completamente formada tendem a ser mais hostis no volante, usando o veículo como forma de autoafirmação. Além disso, eles costumam ser mais confiantes do que o recomendado e subestimam os riscos da direção imprudente.
“Isto explica muito sobre este fenômeno. Por exemplo, quando classificamos um tipo de carro como ‘carro de mãe’ ou ‘carro de idoso’”, diz a pesquisadora Ayalla Ruvio, principal autora do estudo. Para ela, as implicações dos achados podem ser reiteradas em inúmeros contextos culturais, justamente por causa da ligação entre o carro e uma personalidade.
Fonte Bem Estar
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