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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Dossiê: bebidas não alcoólicas

As vantagens e desvantagens de saborear algumas das bebidas mais presentes no dia a dia

Não tem conversa: a água é, de longe, o líquido mais saudável para consumir. “Não há substituto à altura dela. Trata-se do solvente universal do corpo humano, responsável por umedecer os tecidos, regular a produção de calor e transportar nutrientes e resíduos. Assim, bebidas que contêm outras substâncias só tendem a aumentar a necessidade de tomar água”, confirma a nutricionista Neila Wendling, do Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região – Paraná (PR).

Mas, infelizmente, nem todo mundo consegue se contentar apenas com esse refresco. Por isso, o iG Saúde foi atrás de informações sobre outros tipos de bebidas que lotam as prateleiras dos supermercados e, de alguma forma, acabam entrando na rotina alimentar. Conhecendo mais sobre cada uma, é possível fazer escolhas melhores e mais saudáveis na hora de matar a sede. Saiba mais sobre chá, suco de frutas, refrigerante, águas saborizadas e levemente gaseificadas, água de coco, bebidas isotônicas, leite de vaca, leite de soja e café.

Suco de fruta
Assim como o chá, o melhor é apostar na versão natural, preparada com a fruta fresquinha. Opte por não colocar açúcar na bebida, já que isso aumenta bastante o valor calórico do refresco. Se não der para utilizar frutas in natura, uma boa é investir nas polpas congeladas, que mantêm o potencial nutritivo. Para aproveitar os benefícios dos ingredientes, sugere-se consumir a bebida logo após o preparo.

Para Amanda Buonavoglia, nutricionista Associação Paulista de Naturologia (Apanat), “sucos com polpas congeladas são interessantes para um lanche da tarde, principalmente se forem batidas com leite ou iogurte natural. Assim, além de refrescante, a bebida se torna fonte de cálcio”. Sucos especiais - desintoxicantes, energizantes, etc - podem garantem saúde e bem-estar.

Agora, se falta tempo para criar as próprias receitas, é bom saber que, apesar de mais práticas, as versões industrializadas são justamente as menos vantajosas do ponto de vista nutricional. Isso porque além de apresentar um teor bem reduzido de vitaminas e minerais reúnem boas doses de açúcar, aromatizantes e corantes artificiais. De qualquer forma, todas as opções oferecem calorias, portanto, nada de exageros!

Chá
De preferência, prepare-o com água fervente e ervas, pois assim é possível preservar o conteúdo de fitoquímicos – compostos orgânicos que agem sobre funções do organismo. É importante ressaltar que cada erva provoca um efeito e, por isso, seu consumo deve estar atrelado à necessidade de cada pessoa. Por exemplo: alguns chás são calmantes, como aqueles feitos com camomila, hortelã e melissa.

Outros são estimulantes, como os de ginseng e guaraná. Há também há os digestivos, tais como o de boldo-do-chile, sálvia e cravo-da-índia, e os famosos “emagrecedores”, como os chás verde, branco, preto e vermelho.

Apesar de existirem ervas que alegam tratar uma infinidade de problemas, deve-se ter em mente que o consumo exagerado pode comprometer o funcionamento saudável do organismo em vez de beneficiá-lo. Por outro lado, “se achar mais prático tomar a bebida industrializada, saiba que o teor de fitoterápicos é reduzido e o produto geralmente apresenta conservantes e flavorizantes artificiais”, lembra José Irineu Golbspan, médico nutrólogo de Porto Alegre (RS). Alguns chás são terapêuticos e ajudam a proteger a saúde.

Refrigerante
Para os amantes dessa bebida, um aviso: não há nada de bom para falarmos sobre ela, já que seu conteúdo é formado basicamente por aditivos químicos e açúcar. “As versões diet, light ou zero também não oferecem vantagens, pois o açúcar somente é substituído por adoçantes artificiais, que são substâncias químicas de difícil eliminação pelo fígado”, avisa o especialista de Porto Alegre.

Quer mais motivos para excluir os refrigerantes da dieta? Aqui vão: eles estão relacionados ao aumento de peso, a maior risco de problemas cardiovasculares, à distensão abdominal e, como se não bastasse, podem favorecer o surgimento de cáries e a baixa densidade óssea (o ácido fosfórico presente no refrigerante do tipo cola é conhecido por retirar atrapalhar a absorção desse mineral). Se a tentação for maior e não der para evitar a bebida, o ideal é limitar bastante seu consumo (que tal uma vez na semana?).

Águas saborizadas e levemente gaseificadas
As águas saborizadas são bem similares aos sucos em pó em relação ao valor nutricional, apresentando teor reduzido de vitaminas e minerais e quantidades consideráveis de sódio e aditivos químicos. De acordo com Neila, do CRN-8, “a única indicação seria para pessoas que não conseguem tomar água pura. Ainda assim, devido à composição, o consumo deve ser limitado”.

Já as águas descritas como “levemente gaseificadas” são, na verdade, refrigerantes (basta ler o rótulo!). Quando comparadas às bebidas mencionadas no tópico acima, percebe-se que contêm menores quantidades de aditivos e açúcar. E só. Ou seja: não adianta investir nesse produto para substituir o refrigerante, ok? Afinal, ele também está longe de ser uma opção saudável.

Dica: Já pensou em fazer sua própria água saborizada? Pois então anote aí a dica da nutricionista da Apanat: em uma jarra de vidro cheia de água coloque algumas folhas de hortelã, meia maçã cortada em pedaços e uma rodela de gengibre.
Água de coco
Formada por água, carboidratos, potássio, cálcio, sódio, magnésio e cloro, trata-se de uma bebida natural e muito saudável. Por ter um conteúdo similar aos fluidos do nosso corpo, é considerado um isotônico, excelente para reidratar o organismo – principalmente após atividades físicas intensas.

Por causa do índice glicêmico elevado, portadores de diabetes devem consumir a bebida com cautela. Apesar de não ser altamente calórica – um copo fornece cerca de 40 kcal e 10 gramas de carboidratos – a recomendação geral é que não haja abusos. Vale lembrar que as versões industrializadas podem conter aditivos e até glucose, mas, no final das contas, são muito mais benéficas do que os refrigerantes.

Bebidas isotônicas
Essas bebidas ganham esse nome quando carregam compostos que as tornam similares ao soro do nosso corpo. Por isso, só faz sentido consumi-las após atividades físicas intensas, que provocam a perda de uma grande quantidade de líquidos e sais minerais. Caso contrário, conta Amanda, podem facilitar o aparecimento de cálculos renais (as famosas “pedrinhas”) e prejudicar o rim.

“Também estão liberadas para ajudar em quadros de desidratação severa e diarreias”, completa a nutricionista.

Leite de vaca
É visto como uma bebida saudável, já que é fonte de cálcio, riboflavina, fósforo, magnésio, proteínas de alto valor biológico, ou seja, muito aproveitadas pelo organismo. O cálcio, claro, é o nutriente mais festejado do leite de vaca e seu consumo está relacionado à proteção dos ossos.

“No entanto, é preciso lembrar que há vários alimentos com mais cálcio do que o leite”, frisa Golbspan.

Entre os tipos A, B e C da bebida, é melhor ficar com o primeiro, que é produzido com o mínimo de contato manual e embalado ainda na fazenda. A versão desnatada, ao contrário da integral, tem valores reduzidos de colesterol, gordura saturada e calorias. O problema é que a ausência de lipídeos compromete um pouco o sabor. Sendo assim, Neila diz que uma boa alternativa é apostar no meio termo, ou seja, o leite semidesnatado.

Vale lembrar que o leite mais importante para a saúde do bebê é o humano. Portanto, a bebida produzida pela vaca só deve ser introduzida a partir do primeiro ano de idade, quando a criança já consegue digerir elementos mais complexos. No caso de pessoas intolerantes à lactose (açúcar do leite) ou alérgicas a alguma proteína do leite (como a caseína), é bom avaliar opções como leites de soja, cabra, arroz ou oleaginosas.

Leite de soja
É uma boa pedida para quem não pode ingerir lactose e caseína, dois componentes do leite de vaca que são altamente alergênicos. Porém, perde em relação ao conteúdo de cálcio. A boa notícia é que existem versões enriquecidas com esse nutriente.

Por ser isento de colesterol, pobre em gorduras saturadas e rico em fibras e isoflavonas (componentes que agem como o hormônio estrogênio, ainda que menos potentes), o leite de soja é indicado para quem tem histórico familiar de doença arterial coronariana, osteoporose e alguns tipos de câncer. Não se pode esquecer de que a proteína da soja é a única do tipo vegetal considerada de alto valor biológico (como a de ovos, leite de vaca ou carne) pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Café
Sua principal característica é a ação estimulante, causada por um de seus componentes, a cafeína. Para que ela não chegue a ser prejudicial, provocando ansiedade, insônia e indisposição gástrica, recomenda-se o consumo de aproximadamente duas xícaras de café forte ou quatro de café carioca.

“Além da cafeína, a bebida também apresenta cálcio, ferro, zinco, aminoácidos e vitaminas”, diz Golbspan.

É importante mencionar que duas substâncias do café (chamadas cafestol e kahweol) têm sido estudadas por causa de sua relação com o aumento da pressão arterial e elevação de colesterol. “No entanto, o uso de filtro de papel seria capaz de reter esses componentes, evitando prejuízos à saúde cardíaca. O mesmo não ocorreria com o expresso”, conta a nutricionista do CRN-8.

Por outro lado, há fortes evidências de que, além de ser estimulante, a cafeína tem efeito antioxidante e protetor para algumas doenças, como a diabetes feminina, assim como outras substâncias encontradas na bebida (ácido clorogênico e compostos fenólicos são bons exemplos). Isso significa que ainda não há por que barrar o consumo do cafezinho. Mas tem que ser moderado!

“E, se possível, adoçado com mel. Se o sabor não agradar, utilize, sem exagero, adoçante à base de sucralose”, ensina o nutrólogo de Porto Alegre.

Fonte iG

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