Com mais de 100 anos de existência, entidade adota um modelo de gestão moderno para garantir qualidade
Quem trabalha na área sabe: ser um hospital de qualidade, apenas, não é o bastante. Para manter a vantagem comparativa é preciso ter sua eficiência comprovada. Por isso, cada vez mais hospitais de todo o país reajustam procedimentos e direcionam uma série de esforços para conquistar a acreditação.
Foi com esse objetivo que a Santa Casa de Misericórdia de Maceió criou, há três anos, um Escritório de Qualidade. A ideia era que a nova gerência ajudasse no cumprimento das normas requeridas pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Como resultado, a instituição alagoana alcançou a Acreditação Nível 1 e o sucesso de sua atuação fez com que o Escritório de Qualidade se tornasse um departamento fixo do hospital.
Entre outras funções, a gerência busca garantir que o selo seja mantido com a ajuda de mais de 2 mil funcionários e 450 médicos. E isso não é em vão: além de revalidar a acreditação no final deste ano, a Santa Casa de Maceió espera subir mais alguns degraus. “Estamos na busca dos níveis 2 e 3. Outro sonho nosso é partirmos para a acreditação internacional”, explica o provedor da instituição, Humberto Gomes de Melo.
Melo explica que o sucesso resulta de muitos esforços. Com 160 anos de existência, a Santa Casa costumava ter uma administração centralizada.
Há oito anos, foi feito um planejamento estratégico tendo em vista a descentralização. Atualmente o hospital conta com uma mesa administrativa que é eleita a cada quatro anos por uma irmandade composta por no máximo 200 pessoas.
O Escritório de Qualidade é uma das 10 gerências que ajudam a descentralizar a administração da Santa Casa. Outra, de igual importância, é a gerência de marketing, responsável por manter a imagem positiva do hospital. “Mantemos um bom relacionamento com a mídia. Há uma pagina dominical onde publicamos todos os eventos que acontecem no hospital, uma revista bimestral e nosso portal, que procuramos atualizar permanentemente”, diz Melo. Segundo o provedor, a instituição também procura divulgar o que acontece lá dentro, por meio de releases repassados frequentemente aos meios de comunicação.
Driblando desafios
Como em qualquer empresa, os ventos nem sempre sopram de forma positiva para a Santa Casa de Maceió. O maior desafio da instituição é garantir a qualidade na assistência sendo que a maioria dos pacientes atendidos é do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Esse é o grande problema que enfrentamos. Não só a Santa Casa, mas todas as instituições que atendem ao SUS. Para cada R$ 100 que gastamos, recebemos R$ 62. Na parte de internação, a situação é mais grave: são R$ 43 para cada R$ 100”, explica Melo.
A solução encontrada foi manter 60% de atendimento ao SUS e 40% para operadoras de planos de saúde. “Graças a essa gestão e à credibiliadade, podemos nos sustentar e crescer. Somos hoje o hospital que mais atende pacientes do SUS no Estado de Alagoas. Em 2009, adquirimos o hospital materno-infantil para atendimento exclusivo de pacientes do SUS. Antes de completar 12 meses, já era o que mais atendia parturientes e o que mais fazia cirurgias de crianças do SUS. Para isso, tivemos de aumentar o atendimento a convênios, sem deixar de lado a qualidade do atendimento para os pacientes do setor público”, conta o provedor.
Melo ainda vê espaço para crescer mais. Ele diz que, há oito anos, apenas 6% da população de Alagoas tinha planos de saúde. Hoje, o número ultrapassou os 11% e o poder aquisitivo das classes C e D segue crescendo. “Essa quantidade de usuários vai aumentar e as pessoas precisam ter onde ser assistidas. Queremos crescer para as operadoras e também para o SUS. Estamos com um projeto para ampliação da instituição em 2012. Serão criados 80 novos leitos, um novo complexo para abrigar as UTIs e um centro médico com 80 consultórios”, explica o gestor. O investimento para este projeto deve ficar em torno de R$ 50 milhões nos próximos quatro anos.
Fonte SaudeWeb
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