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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mesmo com orçamento apertado, Santa Casa de Maceió preserva qualidade assistencial

Com mais de 100 anos de existência, entidade adota um modelo de gestão moderno para garantir qualidade

Quem trabalha na área sabe: ser um hospital de qualidade, apenas, não é o bastante. Para manter a vantagem comparativa é preciso ter sua eficiência comprovada. Por isso, cada vez mais hospitais de todo o país reajustam procedimentos e direcionam uma série de esforços para conquistar a acreditação.

Foi com esse objetivo que a Santa Casa de Misericórdia de Maceió criou, há três anos, um Escritório de Qualidade. A ideia era que a nova gerência ajudasse no cumprimento das normas requeridas pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Como resultado, a instituição alagoana alcançou a Acreditação Nível 1 e o sucesso de sua atuação fez com que o Escritório de Qualidade se tornasse um departamento fixo do hospital.

Entre outras funções, a gerência busca garantir que o selo seja mantido com a ajuda de mais de 2 mil funcionários e 450 médicos. E isso não é em vão: além de revalidar a acreditação no final deste ano, a Santa Casa de Maceió espera subir mais alguns degraus. “Estamos na busca dos níveis 2 e 3. Outro sonho nosso é partirmos para a acreditação internacional”, explica o provedor da instituição, Humberto Gomes de Melo.

Melo explica que o sucesso resulta de muitos esforços. Com 160 anos de existência, a Santa Casa costumava ter uma administração centralizada.
Há oito anos, foi feito um planejamento estratégico tendo em vista a descentralização. Atualmente o hospital conta com uma mesa administrativa que é eleita a cada quatro anos por uma irmandade composta por no máximo 200 pessoas.

O Escritório de Qualidade é uma das 10 gerências que ajudam a descentralizar a administração da Santa Casa. Outra, de igual importância, é a gerência de marketing, responsável por manter a imagem positiva do hospital. “Mantemos um bom relacionamento com a mídia. Há uma pagina dominical onde publicamos todos os eventos que acontecem no hospital, uma revista bimestral e nosso portal, que procuramos atualizar permanentemente”, diz Melo. Segundo o provedor, a instituição também procura divulgar o que acontece lá dentro, por meio de releases repassados frequentemente aos meios de comunicação.

Driblando desafios
Como em qualquer empresa, os ventos nem sempre sopram de forma positiva para a Santa Casa de Maceió. O maior desafio da instituição é garantir a qualidade na assistência sendo que a maioria dos pacientes atendidos é do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Esse é o grande problema que enfrentamos. Não só a Santa Casa, mas todas as instituições que atendem ao SUS. Para cada R$ 100 que gastamos, recebemos R$ 62. Na parte de internação, a situação é mais grave: são R$ 43 para cada R$ 100”, explica Melo.

A solução encontrada foi manter 60% de atendimento ao SUS e 40% para operadoras de planos de saúde. “Graças a essa gestão e à credibiliadade, podemos nos sustentar e crescer. Somos hoje o hospital que mais atende pacientes do SUS no Estado de Alagoas. Em 2009, adquirimos o hospital materno-infantil para atendimento exclusivo de pacientes do SUS. Antes de completar 12 meses, já era o que mais atendia parturientes e o que mais fazia cirurgias de crianças do SUS. Para isso, tivemos de aumentar o atendimento a convênios, sem deixar de lado a qualidade do atendimento para os pacientes do setor público”, conta o provedor.

Melo ainda vê espaço para crescer mais. Ele diz que, há oito anos, apenas 6% da população de Alagoas tinha planos de saúde. Hoje, o número ultrapassou os 11% e o poder aquisitivo das classes C e D segue crescendo. “Essa quantidade de usuários vai aumentar e as pessoas precisam ter onde ser assistidas. Queremos crescer para as operadoras e também para o SUS. Estamos com um projeto para ampliação da instituição em 2012. Serão criados 80 novos leitos, um novo complexo para abrigar as UTIs e um centro médico com 80 consultórios”, explica o gestor. O investimento para este projeto deve ficar em torno de R$ 50 milhões nos próximos quatro anos.

Fonte SaudeWeb

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