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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Como a gripe afeta o coração

 
Infecções respiratórias ampliam em até 3 vezes o risco de infarto. Entenda os motivos

O processo começa nos olhos. Os infectologistas já constataram que a principal porta de entrada das infecções respiratórias se dá quando a pessoa encosta a mão nos germes, invisíveis no meio ambiente, e coça o globo ocular. Imediatamente os vírus e bactérias começam a agir no corpo todo e podem afetar o coração.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Roberto Sturbulov, assim que o organismo detecta a presença destes agentes infecciosos ele produz substâncias para tentar reagir contra a gripe ou a pneumonia

“O problema é que estas substâncias produzidas pelo corpo são inflamatórias e nocivas ao sistema cardiovascular”, explica o médico.

“Elas vão para a corrente sanguínea e, se o paciente já tiver alguma vulnerabilidade cardíaca, este processo é mais rápido e mais grave podendo culminar no infarto ou no AVC (acidente vascular cerebral)", diz Sturbulov.

Os agentes inflamatórios sobrecarregam o coração, deixam o sangue mais espesso e influenciam no ritmo dos batimentos cardíacos, que acabam saindo do “compasso” saudável.

Uma das agravantes é que os maiores de 60 anos são as vítimas principais das doenças respiratórias e já costumam conviver com os vilões cardíacos (diabetes, hipertensão e obesidade). Isso porque o passar dos anos também compromete o sistema de defesa do corpo (imunológico) e facilita a entrada dos vírus e bactérias.

“Temos evidências científicas que mostram os portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) – enfermidade que acomete principalmente os fumantes – quando contaminados pela bactéria do pneumococo têm risco 2,8 vezes maior de ter um infarto nos primeiros 20 dias após o aparecimento do primeiro sintoma da pneumonia”, alerta o presidente da SBPT.

Não só os doentes de DPOC estão neste grupo de risco. Uma revisão de 39 estudos publicada no Lancet, uma das principais revistas médicas do mundo, mostrou que os picos de contágio de gripe – eles ocorrem nos meses de inverno – coincidem com as épocas em que as mortes por infarto são mais numerosas.

Outra análise feita pela Sociedade de Cardiologia de São Paulo constatou que, quando os termômetros registram temperaturas abaixo dos 20 graus, os casos de ataques cardíacos crescem até 30%.

Os especialistas que fizeram a pesquisa – publicada no Arquivo Brasileiro de Cardiologia – alertam que as pessoas que já convivem com alterações cardíacas (indicadas por pressão alta, diabetes, obesidade e alterações nos exames clínicos) têm um risco 50% maior de sofrer infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) quando contaminadas pelo vírus que causa tosse, espirro e febre.

Fonte iG

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