Infecções respiratórias ampliam em até 3 vezes o risco de infarto. Entenda os motivos
O processo começa nos olhos.
Os infectologistas já constataram que a principal porta de entrada das
infecções respiratórias se dá quando a pessoa encosta a mão nos germes,
invisíveis no meio ambiente, e coça o globo ocular. Imediatamente os
vírus e bactérias começam a agir no corpo todo e podem afetar o coração.
Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia (SBPT), Roberto Sturbulov, assim que o organismo detecta a
presença destes agentes infecciosos ele produz substâncias para tentar
reagir contra a gripe ou a pneumonia.
“O problema é que estas substâncias produzidas pelo corpo são
inflamatórias e nocivas ao sistema cardiovascular”, explica o médico.
“Elas vão para a corrente sanguínea e, se o paciente já tiver
alguma vulnerabilidade cardíaca, este processo é mais rápido e mais
grave podendo culminar no infarto ou no AVC (acidente vascular cerebral)", diz Sturbulov.
Os agentes inflamatórios sobrecarregam o coração, deixam o
sangue mais espesso e influenciam no ritmo dos batimentos cardíacos, que
acabam saindo do “compasso” saudável.
Uma das agravantes é que os maiores de 60 anos são as vítimas
principais das doenças respiratórias e já costumam conviver com os
vilões cardíacos (diabetes, hipertensão
e obesidade). Isso porque o passar dos anos também compromete o sistema
de defesa do corpo (imunológico) e facilita a entrada dos vírus e
bactérias.
“Temos evidências científicas que mostram os portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(DPOC) – enfermidade que acomete principalmente os fumantes – quando
contaminados pela bactéria do pneumococo têm risco 2,8 vezes maior de
ter um infarto nos primeiros 20 dias após o aparecimento do primeiro
sintoma da pneumonia”, alerta o presidente da SBPT.
Não só os doentes de DPOC estão neste grupo de risco. Uma
revisão de 39 estudos publicada no Lancet, uma das principais revistas
médicas do mundo, mostrou que os picos de contágio de gripe – eles
ocorrem nos meses de inverno – coincidem com as épocas em que as mortes
por infarto são mais numerosas.
Outra análise feita pela Sociedade de Cardiologia de São Paulo constatou
que, quando os termômetros registram temperaturas abaixo dos 20 graus,
os casos de ataques cardíacos crescem até 30%.
Os especialistas que fizeram a pesquisa – publicada no Arquivo
Brasileiro de Cardiologia – alertam que as pessoas que já convivem com
alterações cardíacas (indicadas por pressão alta, diabetes, obesidade e
alterações nos exames clínicos) têm um risco 50% maior de sofrer infarto
ou acidente vascular cerebral (AVC) quando contaminadas pelo vírus que
causa tosse, espirro e febre.
Fonte iG
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