Um novo relatório divulgado nesta quarta-feira (13) nos EUA trouxe uma
boa notícia para os países em desenvolvimento. Desde 1990, as mortes de
mulheres após o parto caíram quase pela metade. A mortalidade infantil
também teve uma redução expressiva, indo de 12 milhões para 7,6 milhões
em 2010.
A diminuição das mortes de crianças se intensificou sobretudo na última
década. Em países da África, como Libéria, Egito, Ruanda e Tanzânia, a
taxa de declínio foi igual ou superior a 5% nesse período.
A redução da mortalidade materna, embora também tenha sido notável,
aconteceu em menor escala nos países em desenvolvimento. Ainda assim,
nações como Nepal, Vietnã e Guiné Equatorial conseguiram reduzir esse
tipo de óbito em mais de 75% nos últimos 20 anos.
A conclusão é de um relatório do "Contagem Regressiva para 2015", uma
iniciativa global que agrega agências da ONU (Organização das Nações
Unidas), universidades, ONGs e outras entidades para monitorar o
progresso de 75 países --incluindo os 49 mais pobres do mundo--, onde
95% da mortalidade infantil e materna ocorre.
Apesar do progresso, o documento afirma que ainda há muito a ser feito.
A cada dois minutos, uma mulher morre em decorrência de complicações da
gravidez em algum lugar do mundo. Para cada mulher morta, entre outras
20 a 30 sofrem com consequências e problemas que muitas vezes se
arrastam pela vida inteira.
"Houve, sem dúvidas, um progresso muito grande em relação às condições
de sobrevivência de mães e bebês. E isso se dá por uma série de fatores,
desde o aumento de investimento público e em infraestrutura de saúde e
também no desenvolvimento dos países como um todo", diz Aluísio Barros,
do Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de
Pelotas, que participou da elaboração do estudo.
Além da instituição brasileira, participaram também profissionais da
Universidade Johns Hopkins, de Harvard, da Escola de Higiene e Medicina
Tropical de Londres e do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a
Infância).
Brasil
A mortalidade, tanto materna quanto infantil, também recuou no país.
A mortalidade, tanto materna quanto infantil, também recuou no país.
Em números relativos, o Brasil está na quarta posição entre os países
com melhor desempenho em relação à mortalidade de crianças abaixo de
cinco anos. A taxa é de 19 por cada mil nascimentos vivos. O México, que
encabeça a lista, tem 17, seguido da China, que tem 18.
Em relação às mortes maternas, o Brasil é o quinto melhor colocado, com 56 a cada 100 mil nascimentos vivos.
Apesar das boas colocações, ainda falta muito a ser feito. Especialmente
porque o Brasil é uma das maiores economias do bloco monitorado.
"O Brasil avançou muito. Mas ainda é preciso melhorar em muitos aspectos
para conseguir chegar aos níveis ideais", diz Aluísio Barros, da
Universidade Federal de Pelotas.
Longo caminho
Embora haja muitos motivos para comemorar, os organizadores do relatório são cautelosos.
Embora haja muitos motivos para comemorar, os organizadores do relatório são cautelosos.
Mais de um terço dos 75 países monitorados tiveram pouquíssimo progresso
na diminuição da mortalidade materna. Na mortalidade infantil, são pelo
menos 13 nações cujo progresso é considerado insuficiente.
A situação fica especialmente preocupante levando em consideração que 53
dos 75 países tem uma grave falta de profissionais de saúde.
Fonte iG
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