Pesquisadores da Georgia Health Sciences University, EUA, descobrem que um dispositivo comum de controle de natalidade é eficaz também no tratamento de câncer de endométrio em estágio inicial.
Segundo a pesquisa, o dispositivo intrauterino (DIU) pode oferecer um tratamento de baixo custo para todas as mulheres com este tipo de câncer.
O câncer de endométrio, que inicia no revestimento do útero, é o terceiro câncer ginecológico mais comum, chegando a atingir mais de 47 mil mulheres americanas por ano. O pesquisador Sharad Ghamande explica o processo. “Histerectomia total, às vezes, com a remoção de gânglios linfáticos, é o tratamento padrão para este tipo de câncer. Mas as mulheres que estão com obesidade mórbida ou que possuem fatores de risco cardíaco não podem receber a cirurgia”.
Por dois anos, Ghamande, juntamente a sua equipe, seguiu um pequeno grupo de pacientes de alto risco com adenocarcinoma endometrióide em estágio inicial, um subtipo comum de câncer de endométrio, e aqueles com hiperplasia endometrial atípica, ou espessamento da mucosa uterina, que pode provocar câncer.
Os pacientes foram tratados com o dispositivo intrauterino que libera o hormônio progestina levonorgestrel, utilizado com sucesso como método contraceptivo.
A espessura do endométrio foi medida com ultrassom transvaginal antes do estudo e também despois de três e seis meses, apresentando uma diminuição progressiva da espessura em cada fase, o que demonstrou a eficácia do tratamento.
Biópsias endometriais subsequentes mostraram reversão do crescimento anormal de células, conhecidas como alterações neoplásicas, em todos os pacientes.
A equipe também analisou 13 estudos já publicados e encontrou uma resposta patológica completa em 91,3% dos casos, sem progressão da doença, confirmando suas conclusões.
O estudo também valida a utilização de ultrassom transvaginal, utilizado para diagnosticar o câncer endometrial, como ferramenta útil na avaliação do tratamento da doença.
“Os tratamentos tradicionais pode resultar em complicações pós-operatórias e de morbidade, não apenas em pacientes de alto risco. Mas nós podemos ter sucesso na criação de uma abordagem de baixo risco e mais eficaz para gerenciar este tipo de câncer em todas as mulheres”, explica Ghamande.
Fonte Corposaun
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