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domingo, 21 de outubro de 2012

Ser motivo de piada é fobia universal, aponta pesquisa

O riso é uma expressão emocional que é inata dos seres humanos. Isso quer dizer que rir dos outros também é universal. Entretanto, o medo de ser o motivo da risada pode causar enormes problemas para a vida social de algumas pessoas. Isso é conhecido como “geliotofobia”, um transtorno que afeta pessoas em todas as culturas aponta pesquisa feita por diversas universidades no mundo todo.
 
Mas qual a diferença entre uma pessoa que é apenas tímida e aquela que sofre de geliotofobia? Esse foi um dos focos de uma pesquisa publicada no periódico científico International Journal of Humor Research, e que foi liderada por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça, com a participação de pesquisadores de mais de 73 países. A pesquisa tentou entender a universalidade desse tipo de transtorno.
 
“Pessoas riem por diferentes motivos”, diz Victor Rubio, pesquisador da Universidade Autônoma de Madri, na Espanha, e que contribuiu com a pesquisa. “Isso causa ansiedade ou uma resposta ligada ao medo da pessoa que é o alvo, levando ela a evitar determinadas circunstâncias que podem aparecer, e caso essa resposta seja intensa isso pode impactar negativamente a vida social desse indivíduo”, explica Rubio.
 
Os autores da pesquisa encaminharam um questionário, traduzido para 42 línguas, para mais de 93 outros pesquisadores. Foram entrevistadas mais de 22 mil pessoas em 73 países – e que sofriam com algum tipo de dificuldade de interação social – para determinar quantas podiam sofrer de geliotofobia – palavra que tem origem do grego “gelos” ou risada.
 
“Com o estudo foi possível distinguir perfeitamente entre as pessoas que sofrem desse tipo específico de fobia, além de tentar mostrar uma escala de diferenças culturais, o que é importante para qualquer estratégia para um possível tratamento psicológico”, indica Rubio.
 
Insegurança e evitação
De acordo com os pesquisadores é possível classificar dois pólos opostos envolvendo esse medo específico de ser motivos de risadas. O primeiro foi denominado “reação de insegurança”, ou seja, uma tentativa de esconder a falta de autoconfiança dos outros, ou acreditando que determinados atos ou trejeitos próprios são naturalmente hilários (a pessoa pode achar que tem um jeito engraçado de andar e considerar que todos riem dela por conta desse fato).
 
O segundo foi chamado “reação de evitação”, ou seja, o indivíduo passa a evitar qualquer situação onde ele acha que pode estar exposto a ser motivo de alguma graça. Em níveis menores, essa reação pode levar a uma crença do indivíduo de que, se alguém em um ambiente está rindo, com certeza está rindo dele.
 
Universal mas com ajustes culturais
Além de mostrar que o transtorno é universal, o estudo também localizou certas diferenças culturais. Em países do sudeste asiático aqueles que sofriam de geliotofobia tendiam a apresentar mais reações de insegurança, enquanto em países do Oriente Médio as reações de evitação eram mais frequentes.
 
Na Tailândia 80% dos entrevistados diziam ter certeza que eram o alvo de risadas em determinados ambientes. No extremo oposto, os finlandeses dificilmente eram categorizados nessa condição. Já os resultados colhidos na Espanha se mostrou equilibrado. O estudo comprova que, apesar da universalidade dessa fobia, os cenários culturais também contribuem para determinadas predominâncias comportamentais.
 
Fonte O que eu tenho

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