Um aumento no nível cardíaco quando se está em repouso pode indicar maior risco de morrer de doenças cardíacas, mesmo que a pessoa pareça saudável.
Em um novo estudo, participantes saudáveis que tiveram um aumento de mais de 15 batidas por minutos durante momentos de descanso por um período de dez anos apresentaram quase o dobro de chance de morrer de doenças isquêmicas. Um coração com isquemia sofre de redução no suprimento de sangue.
O aumento nos batimentos cardíacos também elevou a chance de morrer por várias outras causas, mas, de acordo com os pesquisadores, a relação foi menor.
A pesquisa indica uma nova forma de identificar pessoas que necessitam ficar alertas em relação às doenças cardíacas. Porém, mais pesquisas são necessárias para validar essas descobertas. Os cientistas notam que, como a maioria dos participantes era relativamente saudável, o risco de morrer de doença cardíaca ainda é baixo.
Os pesquisadores examinaram informações de 13.499 homens e 15.826 mulheres da Noruega. Os participantes tiveram o batimento cardíaco medido em repouso duas vezes: uma entre 1984 e 1986, e outra uma década depois, entre 1995 e 1997. Eles foram acompanhados por mais 12 anos.
Nesse último período, 3.038 pessoas morreram. Desses, 975 morreram de doença cardiovascular, incluindo 388 de isquemia cardíaca.
Os participantes que passaram de menos de 70 batimentos cardíacos para mais de 85 na segunda avaliação apresentaram 90% mais chances de morrer de isquemia cardíaca do que aqueles com menos de 70 em ambos os períodos.
Os resultados se mantiveram mesmo levando em conta fatores que poderiam afetar os resultados, como níveis de atividade física e tabaco.
Ao contrário do que podemos imaginar, de acordo com os pesquisadores, uma redução no nível dos batimentos não representa menos chance de morrer.
Os médicos sabiam que um nível cardíaco alto não era bom (pois está associado com doenças cardiovasculares), mas o novo estudo é um dos primeiros a analisar os efeitos das mudanças do coração com o tempo.
De acordo com o cardiologista Christopher Cove, o estudo sugere que “se você tem um bom nível cardíaco em repouso, isso não é o suficiente. Você precisa manter isso durante a vida”.
Os pesquisadores ainda precisam entender porque o aumento dos batimentos cardíacos eleva as chances de morte por doenças cardíacas. Por exemplo, o aumento é uma amostra de hábitos não saudáveis, ou indica uma predisposição genética para doenças cardíacas?
Por enquanto, comenta Cove, aqueles que com altos níveis de batimentos devem tentar reduzir outros riscos cardiovasculares, como colesterol alto e alimentação ruim. Entretanto, ainda não está claro se ações como essas podem reduzir os batimentos.
Fonte Hypescience
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