A espondilolistese é um problema comum entre crianças e jovens e é representada pela dor lombar.
Não é normal que crianças e jovens, entre sete e 20 anos, apresentem dor nas costas. Mesmo que esse seja o período de brincar, quando criança, ou sair para festas com os amigos, na adolescência, a dor é um sinal alarmante e pode indicar um desalinhamento da coluna. A chamada espondilolistese ístmica é uma causa comum de um problema que provoca o deslizamento de uma vértebra sobre a outra e pode refletir em outros problemas no futuro, como hérnia de disco e doenças degenerativas.
O problema começa com um defeito anatômico em alguma parte de uma vértebra da coluna que não se ossificou completamente e cujo nome técnico é difícil de guardar: a pars interarticularis. O problema provoca um alongamento da estrutura, causando uma maior tendência a fraturas por estresse na coluna. Como essa fase da vida é bastante dinâmica (seja pelas brincadeiras ou pela prática esportiva) o risco de desenvolver a espondilolistese é maior. E o problema só vai ser notado quando aparecem as dores.
“Em fase de crescimento, principalmente entre os 10 e 15 anos, movimentos repetitivos ou excessivos de extensão da coluna, como praticar futebol, ginástica ou, ainda, carregar muito peso na mochila, podem causar microtraumas repetitivos, o que corrobora para a fratura, com o deslizamento de uma vértebra sobre a outra e a compressão da raiz nervosa”, explica Aldemar Roberto Rios, médico ortopedista, especialista no tratamento da coluna vertebral e o membro da Sociedade Brasileira de Coluna.
Sem dores, mas não menos problemática
Outro defeito anatômico que leva a espondilolistese, também é identificado em uma parte da vértebra chamada faceta articular, pequena articulação na parte posterior da vértebra, que auxilia na mobilidade e sustentação da coluna.
“Esse problema é classificado como espondilolistese displásica. A criança nasce com um defeito genético e familiar, e ele só vai ser evidenciado através da dor lombar, durante o seu crescimento. A espondilolistese pode ser progressiva, principalmente em jovens. No entanto, se o deslize for pequeno, pode não apresentar quadro de dor, por isso os pais e responsáveis devem ficar atentos”, alerta Rios sobre a versão assintomática (sem sintomas sensíveis) do problema.
Problema reflete no futuro e traz efeito “bola de neve”
A gravidade da espondilolistese pode trazer outros problemas no futuro do jovem e se transformar em uma bola de neve. O escorregamento das vértebras pode lesionar um disco ainda saudável, levando a uma hérnia de disco a longo prazo.
“Ainda há risco de uma lordose aumentada, com a curvatura excessiva da coluna”, detalha o médico ortopedista.
Rios enfatiza que dores nas costas é algo alarmante entre os jovens e crianças. Além de estar associada à espondilolistese, pode ser um sinal de um processo infeccioso, uma doença sistêmica ou até uma lesão tumoral, principalmente se o incômodo surgir quando não há movimento do corpo. Por isso, o melhor tratamento só existe com o diagnóstico preciso de um especialista, que deve ser realizado cedo, principalmente ao primeiro sinal de dor nas costas.
Melhor tratamento é o diagnóstico precoce
“No caso da espondilolistese, ela é identificada através do diálogo com o paciente, aliado aos exames de raio-x e da tomografia computadorizada. Se houver menos de 50% de deslocamento entre as vértebras, o tratamento será clínico, com fisioterapia, coletes e medicações para dor. Se houver mais de 50% ou o paciente não responder ao procedimento, a indicação será a cirurgia para alinhar a coluna”, explica Rios.
O resultado do tratamento e a qualidade de vida do paciente dependem do diagnóstico precoce. Quanto mais cedo for identificado o problema, menores as chances de surgirem complicações.
“Crianças e adolescentes podem levar uma vida normal no futuro se realizarem o diagnóstico cedo. Isso impede que eles sofram com limitações, como dor crônica ou diminuição funcional da coluna, e permite que tenham uma vida saudável”, completa.
Fonte O que eu tenho
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