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segunda-feira, 25 de março de 2013

Técnica permite análise integrada e mais precisa de lesões cerebrais

Mariana Pinheiro Bento, autora do estudo
Foto: Antonio Scarpinetti/Unicamp
Mariana Pinheiro Bento, autora do estudo
Método desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas auxiliará no diagnóstico do lúpus, esclerose múltipla e AVC
 
Uma nova técnica desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) permite analisar de forma integrada e mais precisa os diferentes tipos de lesões cerebrais. O método, automatizado, auxiliará médicos e especialistas no diagnóstico de alterações na substância branca do cérebro, que podem estar associadas à esclerose múltipla, lúpus e acidente vascular cerebral (AVC).
 
O estudo, de caráter preliminar, foi conduzido pela engenheira de teleinformática Mariana Pinheiro Bento. Alguns resultados já foram apresentados este ano no Congresso da Sociedade Internacional de Óptica e Fotônica (SPIE, na sigla em inglês).
 
O método pode trazer vantagens, principalmente, para a investigação de lesões que ainda não foram caracterizadas, como, por exemplo, as causadas pelo lúpus, doença rara e autoimune. A técnica, explica a pesquisadora Mariana Bento, poderá colaborar tanto no diagnóstico, como no acompanhamento dos pacientes.
 
" Inclusive poderemos saber no futuro não somente se as lesões aumentaram ou diminuíram, mas o quanto elas aumentaram ou decresceram e de que forma aconteceu. Isto se torna muito importante para o monitoramento do paciente ao longo do tempo" , reforça a engenheira.
 
Ainda de acordo com ela, outro diferencial em relação aos métodos convencionais é a possibilidade de analisar, comparativamente, lesões causadas por diferentes doenças. " Existem softwares no mercado que fazem a análise de determinada doença e lesão. Desconhecemos métodos de análise integrada para diferentes tipos de doença, como é a nossa proposta" , contrasta Mariana Bento.
 
Em sua pesquisa, ela foi orientada pelo docente Roberto de Alencar Lotufo, do Departamento de Engenharia de Computação da FEEC. Do mesmo departamento, a professora Letícia Rittner coorientou o trabalho. O estudo também contou com a colaboração da médica do Hospital de Clínicas (HC) Simone Appenzeller, docente da Faculdade de Ciências Médicas (FCM).
 
A médica da Unicamp forneceu imagens de ressonância magnética de pacientes do HC utilizadas para subsidiar a pesquisa, informa Mariana Bento. " As lesões na substância branca do cérebro são frequentemente encontradas em diagnósticos neurológicos, sejam sintomáticos ou assintomáticos. O acompanhamento e análise são muito importantes para o diagnóstico. Atualmente, a ressonância magnética do cérebro é o tipo de exame que transmite mais informação para o médico. Só que as análises são feitas apenas com base em observações visuais" , pondera.
 
A pesquisadora explica que, pelo método convencional, um especialista abre a imagem de ressonância magnética em determinado software e observa as lesões visualmente, quadro por quadro. " Diferenciar, visualmente, os tipos de lesões é muito difícil para os médicos porque as alterações na substância branca são muito parecidas. A nossa metodologia propõe a análise automática de uma região para dizer se ela é ou não uma lesão e também qual o tipo de lesão em caso positivo" , compara.
 
O objetivo, esclarece ela, não é substituir o médico, mas auxiliá-lo. "É indicar qual a região que tem maior probabilidade de lesão e até apontar qual seria a sua origem. É uma análise mais robusta, fundamentada em outros atributos e informações do que apenas aquelas visuais" , destaca a estudiosa.
 
" As técnicas permitirão propor medidas de acompanhamento longitudinal do paciente. Por exemplo: ele começa a ser tratado e de quatro em quatro meses são comparados atributos e informações destas lesões ao longo do tempo, como a espessura e o volume das alterações. Deste modo, o médico pode analisar de modo mais preciso se o tratamento está evoluindo ou não" , completa.

Com informações da Unicamp
 
Fonte isaude.net

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