Uma nota do Ministério da Saúde, de 19 de março de 2013, aborda o lançamento de ações relacionadas ao controle da obesidade no Brasil que, de acordo com dados do VIGITEL somente tem aumentado no país. A nota destaca a publicação de uma Portaria do Ministério, reduzindo de 18 para 16 anos a idade mínima para realização da cirurgia bariátrica e abolindo a idade máxima de 65 anos.
Sem dúvida, a obesidade mórbida está associada a várias patologias potencialmente graves que podem comprometer seriamente a saúde das pessoas e, nestes casos, há necessidade de intervenções mais radicais. No entanto, sabemos que a obesidade é uma condição complexa que envolve fatores hereditários, metabólicos, hormonais, comportamentais e sociais.
Neste contexto, a nota ignora completamente o ambiente de trabalho como um espaço privilegiado para as ações em promoção da saúde e mudança de comportamento. Afinal, as pessoas passam a maior parte do tempo no trabalho e a participação e o envolvimento é facilitado, é possível envolver as famílias e integrar os planos de saúde.
Ao mesmo tempo em que esta nota era publicada, foi realizado o encontro global da Associação Internacional de Promoção da Saúde no Ambiente de Trabalho (IAWHP) em Las Vegas, nos Estados Unidos onde se destacou que, independentemente dos fatores culturais de cada país, é possível promover de maneira efetiva e a custos acessíveis a saúde na empresa através de modelos cientificamente validados e testados.
Empresas globais como a Intel ou países tão diversos como India, Nigeria, Alemanha ou Brasil podem ter cases bem sucedidos de abordagens de trabalhadores para melhorar o nível de saúde, reduzir fatores de risco e aumentar a saúde e a qualidade de vida. A Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) representa o nosso país no IAWHP e está apoiando o “Global Healthy Workplace Award” que visa identificar as boas práticas globais em promoção de saúde no ambiente de trabalho e que apresentará os melhores cases em abril, em Londres no Reino Unido. A empresa Telefonica-Vivo do Brasil esteve entre as melhores avaliadas pelo júri internacional.
De acordo com o modelo proposto pela Organização Mundial da Saúde, de ambiente de trabalho saudável, há quatro pilares principais: ambiente físico, recursos pessoais de saúde, saúde psicossocial e responsabilidade social. O sucesso do programa se baseia em cinco chaves: liderança, participação dos trabalhadores, aperfeiçoamento constante, sustentabilidade e ética.
É momento das políticas públicas começarem a incluir o ambiente de trabalho como um espaço privilegiado para a promoção da saúde e integrar os diferentes atores envolvidos neste “setting”.
Fonte Saudeweb
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