Expor-se ao sol por, no máximo, 30 minutos pode ser aliado da saúde |
Vitiligo, psoríase, dermatite, depressão
e osteoporose. O tratamento de todas essas doenças passa por um remédio rápido,
prático, indolor e gratuito: o sol. A exposição aos raios solares por 15 a 30
minutos diários, sem o uso de protetor, controla todas essas enfermidades e
ainda melhora a absorção do cálcio no organismo, o sistema imunológico, reduz o
risco de câncer e de diabetes tipo 2.
“A exposição deve ser sempre antes das 10h e por um tempo curto – no máximo
30 minutos, dependendo do tipo de pele. Mais do que isso é um fator de
irritação”, afirma Marcos Cesar Floriano, dermatologista do Hospital Nossa
Senhora de Lourdes, em São Paulo.
Estudos têm comprovado a importância da vitamina D na prevenção de doenças e
a relação entre essa substância e o sol está ajudando a mantê-lo como um aliado
da saúde. A vitamina é produzida pelo corpo naturalmente depois da exposição aos
raios UVB.
Pele nova
Para quem tem psoríase,
doença crônica que atinge 2% da população mundial, causando inflamações nas
articulações e lesões vermelhas ou descamações na pele, o sol diminui o processo
inflamatório e melhora a resposta imunológica. O resultado: as lesões diminuem
e, em muitos casos, desaparecem.
A indicação dos médicos é para que a área lesionada seja exposta. Parece
fácil, mas não é.
“Mesmo com todos os benefícios, muitos pacientes não aproveitam porque tem
vergonha de tornar pública as lesões”, diz José Celio Peixoto Silveira, 51 anos,
presidente da União Nacional das Associações dos Portadores de Psoríase do
Brasil. O próprio José por muito tempo preferiu enfrentar o calor do Nordeste
(ele mora em Pernambuco) de mangas compridas a expor a doença.
“Teve uma época em que eu só ia à praia quando sabia que poucas pessoas
estariam por lá. A psoríase não é contagiosa e melhora com o sol, mas mesmo
assim era difícil encarar o preconceito”, relata.
O mecanismo de ação do sol sobre a dermatite atópica é semelhante: há redução
na inflamação e a pele é renovada. A doença congênita se manifesta
principalmente na infância, tem aspecto parecido com um eczema, geralmente
concentrado nas dobras do corpo e nas bochechas. A pessoa sente uma coceira
intensa e, em geral, esse quadro está associada a bronquite, asma e rinite.
Vitiligo
Quem tem a doença não pode abrir mão da terapia com o sol. No entanto, nesses
casos é preciso passar medicação antes de se expor. “Além disso, o tempo deve
ser menor – no máximo 15 minutos”, alerta Arthur Antonio Duarte, professor de
dermatologia da Faculdade de Medicina de Santo Amaro.
Câncer
Uma nova pesquisa publicada na revista “Câncer Epidemiology Biomarkers and
Prevention” identificou que a exposição ao sol reduziu substancialmente o risco
de câncer de mama em mulheres na pós-menopausa. Os médicos do INSERM, Instituto
Nacional de Saúde e de Pesquisa Médica, da França, revisaram diversos estudos
realizados com 67 mil mulheres.
De acordo com a pesquisa, mulheres que moravam em lugares ensolarados como a
Provence, tinham 50% menos risco de apresentar câncer de mama em comparação com
aquelas de regiões mais escuras, como Paris.
E o mais surpreendente: aquelas que ingeriram menos vitamina D, mas se
expuseram com mais frequência ao sol, apresentaram chances 32% menor de
desenvolver câncer de mama.
Depressão
O sol tem ação antidepressiva. Com a luminosidade, o cérebro reduz ou
interrompe a produção de melatonina, substância que provoca relaxamento
corporal, cansaço e sonolência e uma das principais causadoras da depressão. Em
países com baixa luminosidade, o índice de depressão na população é maior,
explicado pela ausência de luz regular.
Osteoporose
O sol está ligado diretamente com a vitamina D, nutriente essencial para o
fortalecimento dos ossos. Tomar sol pode ajudar a manter a quantidade de massa
óssea e evita o desenvolvimento de ossos ocos, principal característica da
doença, que
pode surgir mesmo antes mesmo dos 40 anos.
Diabetes
Diabetes
A exposição ao sol garante que os níveis de vitamina D no corpo estejam
adequados, o que reduz as chances de desenvolvimento de resistência à insulina
ou de deficiência deste hormônio no corpo. Muitas pesquisas estão sendo
desenvolvidas nesse âmbito na Ásia, por conta de uma predisposição genética
dessa região para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Cuidados permanecem
O sol que pegamos no dia a dia pode ser suficiente para evitar a carência de
vitamina D no organismo. Os médicos alertam, no entanto, que para garantir os
benefícios trazidos pelos raios solares, a exposição da pele deve ser feita
somente antes das 10h e após às 16h. E sempre pelo tempo determinado – 15 a 30
minutos por dia. Mais do que isso, o protetor continua sendo essencial.
“Ainda falta conscientização da população, não podemos ser radicais. Não pode
tomar sol de maneira desmedida, ficar queimado do sol”, recomenda Arthur Dias
Duarte.
Fonte iG
Nenhum comentário:
Postar um comentário