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terça-feira, 25 de junho de 2013

Amamentar na primeira hora de vida reduz uso de chupeta

Amamentar na primeira hora de vida reduz uso de chupeta Fernando Gomes/Agencia RBS
Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
O uso das chupetas pode acarretar em problemas como
respiração bucal, alteração da linguagem, redução no
tempo de aleitamento materno e otite
Pesquisa também aponta a relação dos "bicos artificiais" com a qualidade de vida de bebês e crianças
 
A prática de mamar na primeira hora de vida está fortemente associada à redução do uso de utensílios como chupeta e mamadeira ao longo da infância. É o que aponta um estudo da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. O nascimento em Hospital Amigo da Criança e o acompanhamento na rede básica do SUS foram fatores que também influenciaram o menor uso dos chamados "bicos artificiais".
 
A pesquisa da fonoaudióloga Gabriela Buccini buscou explorar os determinantes do uso de chupeta e mamadeira em crianças menores de um ano nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. Os determinantes são fatores que se associam ao maior uso dos utensílios pesquisados.
 
— Buscamos explorar os fatores individuais, ou seja, dos bebês, das mães e os fatores socioeconômicos e da característica dos serviços de saúde, o ponto de inovação da linha de pesquisa — conta Gabriela.
 
Com relação aos serviços de saúde, foram analisados se os tipos de serviços, público ou privado, influenciariam ou não no uso dos utensílios. Segundo a pesquisadora, o estudo se voltou para o uso de chupeta e mamadeira devido às consequências que essa prática traz para a saúde da criança, causando problemas como respiração bucal, alteração da linguagem, redução no tempo de aleitamento materno, otite (inflamações no ouvido), que impactam de forma negativa em toda a qualidade de vida da criança.
 
— Além disso, dentro de todo o desenvolvimento dos utensílios da humanidade, a chupeta e a mamadeira foram assumindo características prioritárias — ressalta a fonoaudióloga.
 
Para Gabriela, apesar das medidas de controle e normatização do marketing, com o avanço da tecnologia, a cada dia têm-se novos formatos e modelos de mamadeiras e chupetas que promete aos que consomem, os pais e os bebês, maior segurança, tranquilidade, conforto e comodidade:
 
— Estamos na era das 'urgências' e da descartabilidade. Essa concepção traz à luz uma importante reflexão sobre a função da chupeta e da mamadeira nas relações estabelecidas no mundo pós-moderno.
 
Foram coletadas informações de um estudo epidemiológico transversal que utilizou o banco de dados da "II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais e no Distrito Federal (PPAM), realizada em 2008 pelo Ministério da Saúde (MS). Ao todo, 34.366 crianças menores de um ano participaram do levantamento. A pesquisadora apontou que esse estudo é o primeiro a pesquisar os determinantes do uso de bicos artificiais em uma amostra representativa de crianças residentes nas capitais brasileiras. A vantagem desse processo seria a classificação em três categorias, o uso exclusivo de chupeta, o uso exclusivo de mamadeira e o uso de bicos artificiais, o que possibilita o avanço nos conhecimentos sobre a utilização desses utensílios.
 
Alertas de saúde
Gabriela ressaltou ainda que a principal motivação para a pesquisa estava em dados alarmantes levantados pelo meio da saúde, como por exemplo o fato de o uso de bicos artificiais (chupeta e mamadeira) em lactentes ser um hábito cultural com alta prevalência em diversos países. Outro ponto seria que, há mais de 30 anos, o consenso científico internacional reconhece os bicos artificiais como responsáveis por alterações no desenvolvimento global da criança e na qualidade de vida:
 
— Vale destacar ainda que estudos anteriores constataram alterações na saúde da criança decorrentes ou agravadas pelo uso de bicos artificiais, entre elas a respiração bucal, alterações no sistema sensório-motor oral, alteração no processo de aquisição da linguagem, otite média aguda e mal oclusão, que aparece mais comumente nas formas de mordida aberta anterior e mordida cruzada.
 
Para a pesquisadora, houve uma colaboração efetiva do projeto no sentido de incentivar o desenvolvimento de políticas públicas eficientes e que permita a promoção da saúde e o atendimento de toda a população.
 
— De uma forma indireta, conseguimos mostrar que o incentivo a políticas de saúde é a principal saída no combate aos problemas atuais do sistema — completa.
 
Fonte Zero Hora

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