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terça-feira, 25 de junho de 2013

Entrevistas de emprego bizarras exigem respostas criativas

BBC
Maior competição por vagas faz com que empregadores
recorram a perguntas curiosas
Confira quais questões os empregadores têm feito atualmente e seus principais objetivos
 
Em meio à crescente competitividade no mercado de trabalho, sobretudo nos países europeus afetados pela crise, recrutadores têm recorrido a perguntas cada vez mais curiosas para selecionar os melhores candidatos. Nessa busca, questões como "quantas moedas de um centavo cabem nesta sala?" têm se tornado mais comuns.
 
Confrontado com essa questão durante uma entrevista para uma vaga em um banco de investimentos em Londres, um candidato começou a fazer contas, e pouco depois anunciou sua "melhor aposta".
 
Ele não conseguiu a vaga.
 
O que o banco queria era alguém que tivesse dado qualquer resposta, mas que tivesse confiança suficiente para convencer os mercados de que estava certo.
 
"Há muito mais competição por vagas, e os empregadores estão se tornando menos dispostos a correr riscos", afirma Claire McCartney, do Chartered Institute of Personnel and Development (CIPD). "É muito difícil para as pessoas se destacarem se elas só respondem questões de rotina."
 
Então, quais as questões que os empregadores têm feito atualmente e qual seu principal objetivo? A reportagem pediu a opinião de dois especialistas no assunto:
 
Como você coloca uma girafa na geladeira?
Essa questão foi feita por um entrevistador de um banco de investimentos londrino a um candidato para operador de mercado.
 
"Essa pergunta está testando as habilidades criativas do candidato, incluindo como ele pode propor soluções para desafios difíceis e menos usuais. Candidatos devem verbalizar em voz alta a resposta em qual estão pensando", diz Rusty Rueff, especialista em carreiras do site de empregos Glassdoor.
 
"Lembre-se de que o entrevistador está mais interessado em testar como você chega a uma resposta do que no seu conteúdo."
 
Resposta sugerida: "Para chegar a esta reposta, você poderia me passar mais detalhes, por exemplo, sobre o tamanho da girafa? Qual o tamanho da geladeira? Nós estamos num país em que matar uma girafa é ilegal ou não?".
 
Demonstrar que você precisa de mais fatos antes de tirar uma conclusão pode ser uma vantagem.
 
E assim você deveria continuar: "Se a girafa puder morrer, então encaixá-la dentro da geladeira tem mais a ver com a retirada do que está dentro da geladeira e com a utilização das ferramentas que tenho ao meu redor para garantir que ela caiba. Aliás, quais as ferramentas eu tenho para trabalhar com esse espaço?".
 
Você preferiria lutar contra um pato que tem o tamanho de um cavalo, ou contra 100 cavalos do tamanho de patos?
Esta questão foi feita durante uma entrevista numa mineradora para uma vaga de operador do mercado de grãos e minérios em Londres.
 
"Ela parece estranha, mas é um jeito bem-humorado e criativo de testar sua dedução objetiva, para a qual se requere fazer e checar presunções mais realísticas e recomendar a melhor ação a ser tomada", opina John Lees, autor do estudo Job Interviews: Top Answers to Tough Questions. "Sua escolha é bem menos importante do que o processo que revela sua resposta".
 
Demonstre cada passo do que você está pensando: "Ok, eu reconheço que ambos podem me matar, mas eu começaria a pensar sobre o quão agressivo cada animal pode ser. Cavalos podem morder e chutar e mesmo que eles sejam pequenos, ao ser atacado por um grupo, não lhe dá espaço para escapar".
 
De quantas maneiras eu posso retirar uma agulha do palheiro?
Essa questão foi feita por um entrevistador de um banco internacional para uma vaga de desenvolvedor de Java em Londres.
 
"É outro exemplo de um entrevistador testando a habilidade do candidato para resolver problemas de maneira criativa. Pense e verbalize abertamente o processo da resposta", diz Rueff.
 
A resposta sugerida dele é: "O que nós podemos enxergar, podemos encontrar. Neste caso, por que não colorir o palheiro numa cor que facilitasse a visão da agulha?", afirma Rueff.
 
Tentar diferenciar a cor prateada (da agulha) do dourado da palha é muito difícil, mas se eu pudesse tornar o palheiro na cor verde, azul ou roxa, o prateado da agulha ficaria muito mais óbvio. A questão aqui é jogar uma nova luz sobre o problema para encontrar uma nova solução".
 
John Lees tem sugestões mais diretas: "Se a agulha é feita de metal, um imã poderia ser uma ideia. Ou eu poderia simplesmente queimar a palha, e a agulha resistiria".
 
Se você ganhasse US$ 1 milhão, o que faria com o dinheiro?
A questão foi feita por um entrevistador numa empresa contábil de Birmingham, na Inglaterra.
 
Rusty Rueff explica: "Como essa questão foi feita numa importante empresa contábil, a pergunta provavalmente é mais voltada a testar as habilidades de planejamento do candidato no curto e no longo prazo.
 
Assim, os empregadores provavelmente gostariam de ter alguém que não simplesmente gastasse todo o dinheiro de uma só vez.
 
Para Rueff, uma boa resposta seria: "Ganhar US$ 1 milhão seria definitivamente muito bom, mas eu gostaria de pensar melhor sobre todas as minhas opções e também considerar como este dinheiro seria taxado antes de gastá-lo. É bom considerar como eu poderia investir o dinheiro, quanto eu poderia doar para caridade e também se eu poderia utilizar uma parte para celebrar. Mas, caso você esteja preocupado, eu continuaria a trabalhar".
 
John Lees complementa: "Se você não puder pensar em nada, diga ‘boa pergunta. Qual a melhor resposta você ouviu hoje?’".
 
Como você explicaria o Facebook para sua avó?
A pergunta foi feita durante uma entrevista numa empresa de software para uma vaga de executivo de vendas em Londres.
 
Para Rueff, "o entrevistador quer testar como o candidato pode explicar a ideia de uma forma mais relevante e significativa para o usuário final".
 
A reposta sugerida dele é: "Primeiro, é importante deixá-lo ciente de que eu conheço bem meu público-alvo e pesquisei o público ao qual estou me dirigindo."
 
"Minha avó usa internet, é familiarizada com websites, mas não sabe nada ainda sobre mídias sociais. Então, neste caso, eu diria: ‘Vó, eu sei que você adora manter contato com seus amigos e família e eu sei também que você adora usar a internet para encontrar novas informações. Existe um site chamado Facebook que permite a você tanto se conectar com seus amigos e familiares on-line, como seguir empresas e organizações que você gosta, para ficar sabendo de seus últimos lançamentos. Vó, você tem tempo para que lhe mostre isso?’".
 
Fonte iG

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