Após um estudo com mais de 10 mil crianças, pesquisadores britânicos
concluíram que a falta de horários regulares para dormir pode aumentar os riscos
de problemas comportamentais e emocionais na infância. O resultado da
investigação foi divulgado ontem, dia 14, pela revista científica Pediatrics.
De acordo com os pesquisadores, dormir pouco ou em horários irregulares são
medidas que atrapalham o ciclo circadiano - sistema
que ajuda o corpo a regular o apetite, os horários de sono e o humor. "Alterar
constantemente a quantidade de horas dormidas por noite ou ir para a cama em
horários diferentes a cada dia é como bagunçar o relógio biológico. Isso
interfere na forma como o corpo será capaz trabalhar no dia seguinte", diz a
coordenadora do estudo, pesquisadora Yvonne Kelly, da University College London.
O trabalho aponta que as crianças que não tinham horário fixo para dormir
apresentaram, em comparação aos colegas que se deitavam todos os dias no mesmo
horário, quadros mais acentuados de tristeza, hiperatividade e ansiedade. Além
disso, envolveram-se mais em brigas com colegas.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas analisaram 10.230 crianças da
Grã-Bretanha. Os hábitos de sono dos voluntários, como a quantidade de horas
dormidas e o horário em que se deitavam, foram estudados quando as crianças
tinham 3,5 e 7 anos de idade. Informações sobre os fins de semana não foram
levadas em conta. Pais e professores das crianças estudadas responderam
questionários sobre o comportamento delas.
Diante dos resultados, os autores reforçam a importância de os pais se
esforçarem para criar uma rotina para os filhos e defendem que o assunto seja
conversado com o pediatra durante as consultas médicas.
Estadão
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