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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Estudo indica que crises econômicas prejudicam as capacidades cognitivas

Estudo indica que crises econômicas prejudicam as capacidades cognitivas Stock Images/Stock Images
Se uma pessoa experimenta períodos de recessão econômica,
sua capacidade intelectual diminui
Pessoas que sofrem com as recessões durante a vida adulta têm resultados negativos na terceira idade
 
Cientistas europeus afirmam que as crises econômicas, como as que estão atingindo muitos países atualmente, prejudicam as capacidades cognitivas das pessoas que sofrem com elas. A descoberta está em uma pesquisa publicada nesta quinta-feira na revista médica BMJ.
 
"Este estudo é o primeiro que demonstra que as recessões econômicas, quando vividas em idades críticas, como no início ou em meados da vida adulta, enfraquecem as capacidades cognitivas das pessoas no momento em que elas alcançam uma idade avançada", diz o artigo de três pesquisadores europeus.
 
Já era sabido que o envolvimento do indivíduo em seu trabalho e um ambiente profissional estimulante lhe permitem armazenar "reservas cognitivas" que mantêm sua capacidade intelectual em forma mais tarde, quando chega a hora da aposentadoria.
 
A novidade é que neste estudo os cientistas descobriram que, se uma pessoa experimenta em sua vida adulta períodos de recessão econômica com todas as suas consequências — desemprego, queda do nível social e profissional, perda de renda, etc. — sua capacidade intelectual também diminui quando ela atinge a terceira idade.
 
As pesquisas, dirigidas por Anja Leist, da Universidade de Luxemburgo, e Philipp Hessel e Mauricio Avendano, da London School of Economics, são baseadas em dados recolhidos no Share, um grande estudo epidemiológico realizado com 12 mil pessoas em 11 países durante os anos 2000.
 
Mulheres são mais vulneráveis
A capacidade intelectual de adultos de 50 a 74 anos foi avaliada por meio de testes clássicos, nos quais as pessoas devem desempenhar tarefas como enumerar o máximo possível de nomes de animais em um minuto, lembrar de uma lista de dez palavras ou fazer cálculos mentais.
 
Os resultados foram comparados com as carreiras profissionais destas pessoas, levando-se em conta as demissões, os períodos sem trabalho, as mudanças frequentes de empresa e, por fim, os períodos de recessão em seus países de residência.
 
O cruzamento dos dados obtidos demonstra que os homens que não passaram por nenhum período de dificuldades econômicas quando tinham entre 40 e 50 anos alcançaram resultados muito melhores nos testes que os que viveram quatro ou mais períodos de crise econômica no mesmo período.
 
Para as mulheres, os resultados são um pouco diferentes: o período mais vulnerável começa antes, entre 25 e 34 anos, enquanto a fase mais delicada para os homens é entre 45 e 49 anos.
 
As pesquisadas que foram demitidas ou tiveram que trabalhar em meio período entre os 25 e os 34 anos "têm capacidades cognitivas significativamente menores quando são mais velhas", indica o estudo.
 
— Isso sugere que os homens são mais sensíveis aos choques macroeconômicos quando estes acontecem mais tarde em sua carreira profissional, enquanto nas mulheres as crises têm um efeito duradouro em suas capacidades cognitivas quando ocorrem antes — afirmam os cientistas.
 
De acordo com o artigo, este fato pode explicar por que as mulheres jovens têm mais problemas que os homens jovens para reativar sua carreira profissional em períodos de crise econômica.
 
Para os homens, perder o trabalho em uma idade avançada significa com frequência uma aposentadoria antecipada e involuntária, que fecha repentinamente as portas para um ambiente intelectualmente estimulante, conclui o estudo.
 
AFP/Zero Hora

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