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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Moda no País, congelar cordão umbilical não garante cura de doenças no futuro

Sangue do cordão umbilical é usado em transplante de medula
 óssea para pacientes com câncer
Técnica é apenas esperança de que pesquisas em andamento possam apontar usos em terapias para o tratamento de diabetes, doenças cerebrais e cardíacas, entre outras
 
A prática virou moda no País. Há alguns anos, assim que nasce o filho de um artista, vem a notícia de que os pais optaram por preservar sangue do cordão umbilical, que contém um tipo específico células-tronco. O objetivo é garantir que a criança, caso desenvolva alguma doença posteriormente, possa ser curada por meio daquele material coletado e congelado há anos ou décadas antes. 
 
Mas, o que as pesquisas mostram, é que ainda há muita promessa e pouca certeza nesse campo. No Brasil de 2013, a única utilização permitida – e eficaz - para uso das células tronco do cordão umbilical é em transplantes de medula óssea, que é feita em pacientes com leucemia, linfomas, imunodeficiências, além de outras doenças que afetam as células sanguíneas.
 
Logo, o congelamento, por enquanto, é apenas uma esperança de que, no futuro, a célula tronco retirada do cordão umbilical seja utilizada em terapias para o tratamento do diabetes, doenças cerebrais, cardíacas, além de outras. 
 
“Não é para amanhã, é para as próximas décadas”, afirma Nelson Tatsui, hematologista do Hospital das Clínicas e da Criogênesis. “Não se pode enganar uma pessoa dizendo que se ela preservar as células-tronco hoje ela terá cura para todas as doenças. Mas temos confiança de que as pesquisas em andamento aumentarão as possibilidade de uso", completa. 
 
Banco público x banco privado
Andrea Kondo, hematologista do Hospital Albert Einstein, prefere que as pessoas optem por doar o cordão umbilical no sistema público. “Isso faz com que essas células fiquem disponíveis para qualquer pessoa compatível que precise utilizar”, explica. “As chances de alguém que precise da doação encontrar alguém compatível já são pequenas, então se a pessoa guarda no banco privado, para uso próprio ou da família, as chances diminuem ainda mais”.
 
Andréa ainda explica que podem acontecer problemas que impeçam que a criança faça uso das próprias células. “Se ela tiver uma leucemia por conta alguma alteração genética no DNA, as células-tronco do seu cordão umbilical não poderão ser usadas, pois elas também estarão com o DNA alterado. Nesse caso, será necessário procurar outro doador compatível”, explica.
 
Garantia de preservação eterna?
Como se trata de uma célula viva – e principalmente pelo fato de ser uma terapia relativamente nova – a garantia que se tem atualmente é que as células podem durar 25 anos. Nada foi preservado além desse tempo, pois a técnica ainda não existia. Segundo Tatsui, é possível que esse período de tempo dobre, mas é uma coisa que só o tempo poderá afirmar. Não existe nenhum estudo que estabeleça o prazo máximo de vida dessas células.
 
Quando surge uma necessidade de fazer um resgate das células-tronco congeladas, é feita uma análise em laboratório para ver se as células estão em perfeitas condições de uso. Como a medicina não segue a lógica matemática, há um risco de que alguma alteração tenha acontecido.
 
Atualmente, o custo do congelamento está em torno de R$ 3 mil mais uma anuidade de R$ 600. É a metade do que custava no início dos anos 2000, quando o congelamento não saia por menos de R$ 5 mil e a anuidade passava de R$ 1 mil. 
 
iG

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