Levantamento conduzido pelo DECA mostra que Argentina, Uruguai e Chile realizam mais operações. Para especialista, diagnóstico no País é falho
O Registro Brasileiro de Marcapassos, Ressincronizadores Cardíacos e Desfibriladores (RBM) acaba de completar 20 anos. Trata-se de uma base nacional de dados que compila informações sobre os procedimentos de estimulação cardíaca realizados no País. O DECA (Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial) da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), responsável pelo recebimento das informações nacionais sobre o assunto, em parceria com o Ministério da Saúde, acaba de concluir a tabulação entre 2000 e 2010.
O levantamento mostra que o Brasil perde no número de procedimentos para países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Chile. Por aqui são implantados 190 marcapassos por milhão de habitantes, enquanto no Chile são 216, na Argentina 382, no Uruguai 578 e em Porto Rico 606.
Em países desenvolvidos esses números são ainda mais expressivos: 746 na Espanha, 762 em Portugal e 767 marcapassos por milhão de habitantes nos Estados Unidos. Na França são 1.019, na Itália 1.048 e na Alemanha 1.267.
O presidente do DECA, Luiz Paulo Rangel, diz que os números deixam evidente que no País muitos pacientes com necessidade de implantação de marcapassos sequer são diagnosticados. Apesar disso, o número absoluto de implantações no Brasil vem aumentando: passou de 14.2677 em 2000 para 23.071 em 2010.
A região Sudeste liderou o ranking, seguido pela Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
Perfil
O maior número de implantes ocorreu na oitava década de vida (70 a 79 anos) com o predomínio do sexo masculino (18.726 em homens e 16.877 em mulheres) até a 10ª década (80 a 89 anos) e 11ª década (90 a 99 anos) quando ocorre uma inversão com maior número de implantes entre as mulheres.
O maior número de implantes ocorreu na oitava década de vida (70 a 79 anos) com o predomínio do sexo masculino (18.726 em homens e 16.877 em mulheres) até a 10ª década (80 a 89 anos) e 11ª década (90 a 99 anos) quando ocorre uma inversão com maior número de implantes entre as mulheres.
Foram feitos no Brasil 260.337 procedimentos para implantes de marcapassos, ressincronizadores e desfibriladores, sendo primeiro implante em 186.542 e troca de aparelhos em 73.795. A idade média dos pacientes é de 64 anos. Dos implantes realizados, desde o início do RBM, 244.192 foram marcapassos, 5.174 ressincronizadores, 8.926 desfibriladores e 2.045 ressincronizadores e desfibriladores.
Os principais motivos para a necessidade de implantação dos marcapassos foram arritmias cardíacas de causa desconhecida em 63.759 casos, fibrose do sistema de condução elétrica em 68.609 e Doença de Chagas em 48.696. Já a indicação clínica, em 56,6% foram por síncopes (desmaios ou perda momentânea da consciência), 20,2% por tonturas constantes e 9,1% por insuficiência cardíaca.
As informações foram consolidadas desde 17 de março de 1994, quando foi instituída a portaria número 41 do Ministério da Saúde que estabeleceu a obrigatoriedade do preenchimento do formulário RBM em todo o procedimento de implante de marcapasso realizado em território nacional.
SaudeWeb
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