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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Dislexia pode provocar uma redução no volume de massa cinzenta do cérebro

Foto: Reprodução
Antes, acreditava-se que a quantidade desse tipo de tecido fosse causa e não consequência do distúrbio
 
Em pessoas com dislexia, distúrbio caracterizado pela troca de letras na escrita e na leitura, acredita-se que essas dificuldades estejam associadas a uma quantidade menor de massa cinzenta no cérebro. Agora, porém, novas evidências sugerem que a diferença no volume desse tipo de tecido não seja causa, mas, sim, consequência do problema.

A neurocientista Guinevere Eden, coautora da pesquisa publicada no The Journal of Neuroscience, explica que a descoberta é fruto de diversos estudos da anatomia cerebral conduzidos no Centro Médico da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos. Os médicos compararam crianças disléxicas com dois diferentes grupos de controle: um com faixa etária semelhante e outro formado por meninos e meninas mais novos, mas que estavam no mesmo nível de leitura.
“Esse tipo de abordagem nos permite controlar tanto a idade quanto a experiência de leitura”, diz Eden, professora de pediatria na instituição. “Se as diferenças na anatomia cerebral das crianças disléxicas fossem constatadas na comparação com os dois grupos de controle, isso seria um sinal de que a matéria cinzenta reduzida é a raiz do déficit de leitura, mas não foi o que observamos”, conta.

O grupo de disléxicos mostrou menos matéria cinzenta comparado ao de crianças da mesma idade, o que é consistente com descobertas anteriores. Porém, o resultado não se repetiu em relação aos mais novos e com nível de leitura semelhante ao dos meninos e das meninas com o distúrbio. “Isso sugere que as diferenças anatômicas verificadas nas regiões de processamento da linguagem aparentemente são uma consequência da experiência de leitura, e não uma causa da dislexia”, diz Anthony Krafnick, principal autor do estudo. “Esse resultado tem um impacto sobre como interpretamos a literatura prévia a respeito da dislexia, além de sugerir que o uso de ressonância magnética funcional não é a melhor forma de identificar crianças disléxicas”, afirma.

Os cientistas envolvidos com a pesquisa afirmam que o trabalho também ajuda a determinar a linha tênue entre mudanças cerebrais induzidas por experiências e diferenças causadas por danos cognitivos. Por exemplo, já se constatou que analfabetos que aprendem a ler quando adultos ganham mais massa cerebral. “Alterações similares induzidas pelo aprendizado em leitores comuns podem resultar nas discrepâncias observadas entre eles e os disléxicos, que não passaram pelas mesmas experiências de leitura e, por isso, podem não ter se beneficiado de mudanças similares na estrutura do cérebro”, alega Krafnick.
 
Saúde Plena

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