Apenas 38% das crianças no mundo são amamentadas exclusivamente com leite materno nos seis primeiros meses de vida, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade alerta que o aleitamento materno é a melhor fonte de nutrição para bebês e uma das formas mais eficazes de garantir a saúde e a sobrevivência da criança. Segundo a OMS, o aleitamento materno reduz as chances de excesso de peso ou obesidade na vida adulta e o risco de diabetes.
Um estudo divulgado pela Universidade de Tel Aviv encontrou uma relação entre as taxas de aleitamento materno e a probabilidade de desenvolvimento de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). A pesquisa mostrou que as crianças que foram alimentadas com mamadeira até os três meses de idade são três vezes mais propensos a desenvolverem o TDAH do que aquelas que foram amamentados no mesmo período.
Outro benefício da amamentação materna é o estímulo no desenvolvimento de músculos e ossos. Como todo bebê nasce com a mandíbula menor do que a maxila, a amamentação ajuda a alcançar o equilíbrio, já que durante a mamada ele faz importantes exercícios que contribuem para esse desenvolvimento.
A meta da OMS é elevar a taxa mundial de aleitamento materno exclusivo por seis meses em pelo menos 50% até 2025 e assim melhorar a saúde de crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Para isso, a partir desta quinta-feira, os governos de mais de 170 países organizam uma série de atividades para comemorar a Semana Mundial do Aleitamento Materno.
Porém, em um levantamento divulgado esta semana, a OMS alerta que apenas 37 dos 199 países (19%) signatários das diretrizes da entidade, sobre o tema, aprovaram leis que refletem todas as recomendações, entre elas, a de proibir totalmente a publicidade de produtos substitutos do leite.
A agente de segurança Tatiana Pereira Leal reconhece essas vantagens no dia a dia. Tatiana amamentou a primeira filha até os três anos de idade, apesar de ter enfrentado dificuldades nos primeiros meses. A filha mais nova, que hoje tem 12 anos, foi amamentada até um ano de idade, quando Tatiana teve que voltar ao trabalho.
— Acho que faz toda a diferença na formação deles. Minhas filhas não tomaram mamadeira ou usaram chupeta e foram do peito para a comida. Só tiveram gripes bobas enquanto minha sobrinha que não mamou tem vários problemas de saúde. Ela tem a imunidade muito baixa — disse.
Representantes do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da OMS afirmaram que, apesar de quase todas as mulheres serem capazes de amamentar seus filhos, muitas são desencorajadas e passam a acreditar que os complementos alimentares são as melhores opções.
Aleitamento materno no Brasil está abaixo do recomendado
O levantamento da OMS não destaca números da situação brasileira. O Ministério da Saúde deve divulgar dados mais atualizados ainda nesta quinta-feira. No site do ministério, o governo destaca que vários esforços vêm sendo feitos para estimular o aleitamento materno, mas reconhece que, ainda assim, 'as taxas de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão aquém do recomendado'.
A última pesquisa sobre aleitamento feita pelo Ministério da Saúde, abrangendo todo o país, ocorreu em 2009 e apontou que 41% das crianças menores de seis meses recebem alimentação exclusivamente por aleitamento. O levantamento ainda mostra que, durante a primeira hora de vida, 67,7% das crianças mamam.
Números do governo apontam que o Brasil tem a maior rede de bancos de leite do mundo, com 210 unidades e 117 postos de coleta. Por ano, são coletados em média 166 mil litros de leite humano que beneficiam, aproximadamente, 170 mil recém-nascidos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Zero Hora
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