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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Um terço das crianças com menos de três anos de idade tem excesso de peso

Reprodução
Quando os pais não se dão conta do problema, demoram muito a procurar ajuda
Apenas 20% das mães têm a percepção do problema; dados ainda apontam evidências de atraso no desenvolvimento em 28% e anemia por deficiência de ferro em 38% das crianças
 
Uma avaliação nutricional de 358 crianças menores de três anos no município de Itupeva, no interior de São Paulo, revelou que quase um terço delas já apresenta excesso de peso, mas apenas 20% das mães têm a percepção do problema. Os dados ainda apontam evidências de atraso no desenvolvimento em 28% e anemia por deficiência de ferro em 38% das crianças avaliadas.
 
O levantamento foi realizado entre fevereiro e abril de 2013 por pesquisadores da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), coordenados pela professora Elizabeth Fujimori. Resultados do estudo foram apresentados em março durante o I Seminário de Pesquisas sobre Desenvolvimento Infantil, realizado na Fapesp.
 
“Quando os pais não reconhecem o problema [de sobrepeso], levam muito tempo para buscar ajuda. Qualquer alteração na nutrição nessa fase de intenso crescimento pode afetar a criança de forma muitas vezes irreversível. A chance de crescer com excesso de peso e se tornar um adolescente e um adulto obeso e com riscos cardiovasculares aumenta muito”, afirmou Fujimori.
 
De acordo com a pesquisadora, o estudo tinha o objetivo de avaliar os efeitos do aconselhamento nutricional – por meio da estratégia de Ação Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (Aidpi) – sobre a prática alimentar, o crescimento, o desenvolvimento infantil e ainda sobre a capacidade das mães de reconhecerem o estado nutricional das crianças.
 
Segundo Fujimori, o índice de anemia encontrado no levantamento inicial é muito similar ao de um estudo anterior, de 2001. “Foi uma surpresa ver que os índices continuam altos mais de dez anos depois, apesar de políticas públicas como a da fortificação de farinhas com ferro e a suplementação medicamentosa profilática”, afirmou.
 
Os resultados preliminares apontam que apenas 45% das crianças na faixa dos 6 a 18 meses recebem a suplementação medicamentosa profilática de ferro como preconizado pelo Ministério da Saúde. Apenas 40% recebem regularmente o medicamento Aditil, que combina as vitaminas A e D. Ambos os suplementos são fornecidos gratuitamente na rede pública. Mesmo com a prescrição desses suplementos, há crianças que podem não usá-los rotineiramente, informou a pesquisadora.
 
A pesquisa, intitulada “Efeito do aconselhamento nutricional da estratégia Aidpi sobre práticas alimentares, estado nutricional e desenvolvimento infantil”, conta com financiamento da FAPESP e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.
 
Outros dados
Outro levantamento apresentado nesta semana mostrou que a obesidade e o sobrepeso infantil cresceram 1.000% no Brasil em 40 anos. Dados do Estudo Internacional de Obesidade Infantil mostram que 39% deas crianças brasileiras estão mais pesadas do que deveriam. 
 
Segundo os dados observados no estudo, quanto mais jovens são as crianças, menos exercício praticam. Sem o prazer da atividade física na infância, é provável que sejam adultos avessos à prática. Há 90% de possibilidades de uma criança sedentária ser também um adulto sedentário.
 
* Com Agência Fapesp
 
iG

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