Foto: César Rodrigues/AAN Hospital Municipal Dr. Mário Gatti registrou queda no atendimento de casos de dengue |
Na última semana, houve
diminuição de até 50% da demanda de pacientes na comparação ao período de pico,
em abril.
O início da curva descendente já estava prevista para maio, quando
historicamente isso ocorre em razão das temperaturas mais amenas.
No Mário Gatti, dos cerca de 600 pacientes por dia, 20% são relativos à doença. Já no PS do Ouro Verde o índice é maior, de 25%. No período de pico, o índice chegava a ser de 40% de pacientes com dengue do total dos atendimentos em ambas unidades.
Outro indicador do início da queda da epidemia é o número de hemogramas
solicitados na rede pública, que também vem apresentando diminuição. Os pedidos
caíram de 2 mil casos por dia, no período de pico da epidemia, para cerca de 800
a 600 por dia, na última semana.
Indicador direto
Segundo a coordenadora da Vigilância em Saúde, Brigina Kemp, o hemograma é
um indicador indireto, porém confiável. Apesar de não confirmar a doença, é um
exame de monitoramento do paciente com suspeita de dengue. Brigina explicou que,
por indicar casos em andamento, o hemograma contabiliza suspeitas do dia e
pacientes infectados em dias anteriores, que fazem o monitoramento.
Os indicadores estão sendo usados porque, desde a semana passada, a
Prefeitura não consegue sincronizar os dados da dengue de Campinas no sistema
on-line do governo federal. Com isso, não há números consolidados por região,
por exemplo. O Ministério da Saúde já admitiu o problema e informou que trabalha
para resolver a situação.
Monitoramento
Desde estão, a verificação da evolução da epidemia tem sido feita pelo
volume médio de atendimento das unidades de saúde públicas de Campinas e os
indicadores apurados nas visitas a campo, com as equipes da Prefeitura, da
Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), além de denúncias recebidas
pelo telefone 156.
A diretora disse que o sistema informatizado ajuda a fazer análises globais
e ver casos de outras cidades, como pacientes notificados em Campinas, mas que
são moradores de outros municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC).
Esse tipo de caso é considerado “importado” e pode não ser contabilizado na
cidade onde foi detectada a suspeita.
Além disso, sem o sistema on-line não há possibilidade de desagregar os
dados absolutos por semana, dia ou mês. “Temos as fichas prontuárias, mas
contá-las na mão é quase impossível. São mais de 30 mil notificações”,
afirmou.
Notificações
Campinas já registra 32.384 pacientes notificados com a doença entre 1º de
janeiro e 15 de maio, de acordo com o último balanço divulgado pela Secretaria
de Saúde. Do total, a pasta informou que 22.918 são casos notificados, em
processo de digitação no sistema de informação, o Sinan Dengue Online, do
Ministério da Saúde. Mas há ainda 9.466 casos notificados em processo de
digitação no sistema, que está fora do ar desde a última semana.
iG Paulista
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