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Médico usa lanterna específica para examinar garganta de paciente
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Era para ser mais uma consulta comum. Denise Lopes, 30 anos, estava com febre, garganta inflamada, dores no corpo e resolveu ir ao pronto-socorro. Logo depois de a médica de plantão pedir para a produtora de moda mostrar a língua e a inflamação, a médica sacou o celular do bolso da calça, ligou a lanterna e aproximou o aparelho da boca da paciente. Era gripe, mas Denise achou o procedimento da médica completamente inadequado.
“Eu estava passando muito mal, nem consegui reclamar ou falar qualquer coisa. Achei aquilo completamente anti-higiênico”, disse Denise, que foi atendida no Hospital São Camilo, da Pompeia, na capital paulista.
No Hospital Albert Sabin, Camila Barbosa, 35 anos, passou pela mesma situação. “Sabe-se lá por onde passou aquele celular. A médica deixou o aparelho muito perto da minha boca. Tinha uma fila grande no pronto-socorro. Depois de mim, muitas pessoas também chegaram perto daquele celular ”, disse a professora de inglês que estava com laringite.
O Hospital São Camilo disse ao iG que todos os consultórios médicos do pronto-socorro dispõem de dispositivos médicos “para a correta e completa realização de exame clínicos, inclusive dispositivos luminosos específicos para este fim”. Em nota, a Rede de Hospitais São Camilo afirmou que vai verificar internamente o ocorrido e reorientar a conduta de usar dispositivos luminosos específicos. O hospital Albert Sabin não se pronunciou.
Embora o procedimento de usar a lanterna do celular cause estranheza entre pacientes e também resulte em investigação interna no Hospital São Camilo, a aversão à conduta não é unanimidade entre os médicos.
De acordo com o médico José Eduardo de Sá Pedroso, diretor da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, usar a lanterna do celular para iluminar a garganta do paciente não deve ser considerado anti-higiênico.
“Não existe uma regra sobre que tipo um tipo de luz. Normalmente, usamos o fotóforo, aquela lanterna semelhante à dos espeleólogos, ou uma lanterna comum. Encostamos um palito descartável na língua do paciente e a lanterna fica distante da boca. Não vejo problema em usar a lanterna do celular em substituição ao fotóforo. Deixamos a uma certa distância e não há risco de contaminação”, disse.
iG
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