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domingo, 11 de maio de 2014

Vasos sanguíneos no olho mostram ligação entre poluição do ar e doenças cardíacas

Reprodução: Wikimedia Commons
A partir de um olhar mais atento aos vasos sanguíneos no olho, pesquisadores encontraram uma ligação entre a poluição do ar e as doenças do coração
 
A descoberta veio através da observação de uma fotografia digital dos minúsculos vasos sanguíneos localizados na parte de trás dos nossos olhos. Esses vasos são muito similares aos encontrados no coração, mas são muito mais fáceis de fotografar, porque eles podem ser medidos sem o uso de anestesia ou sondas.
 
Até agora, estudos anteriores já tinham indicado que as doenças cardíacas poderiam estar ligadas a poluição atmosférica, mas a nova pesquisa é a primeira a observar a relação entre poluição e vasos sanguíneos minúsculos, chamados microvasculaturas.
 
O estudo incluiu 4.607 participantes que não tinham histórico de doença cardíaca e tinham entre 45 e 84 anos. Os pesquisadores tiraram fotos digitais da retina e calcularam as partículas finas em suspensão no ar na casa de cada participante. Esse processo foi realizado por dois anos antes do exame do olho. A exposição a curto prazo também foi medida, através dos níveis de poluição no dia anterior ao exame oftalmológico.
 
A conclusão foi de que as pessoas saudáveis expostas a maiores níveis de poluição do ar tinham arteríolas mais estreitas na retina. Os níveis de poluição ao longo do estudo foram, em sua maior parte, abaixo do nível considerado aceitável, mas os vasos sanguíneos minúsculos ainda diminuíram a 1/100 do tamanho de um cabelo humano.
 
Pode não parecer muito, mas os pesquisadores advertem que é suficiente para indicar um maior risco de doença cardíaca. Se todas as microvasculaturas no corpo forem afetadas da mesma maneira, isso poderia levar a consequências graves na saúde, como um derrame ou um ataque cardíaco.
 
Ao comparar a exposição a longo prazo com a de curto prazo, o estudo mostra que os participantes com exposição de curta duração à poluição tinham vasos sanguíneos microvasculares de uma pessoa três anos mais velha, enquanto a exposição a longo prazo deixou os participantes com vasos sanguíneos microvasculares de uma pessoa sete anos mais velha.
 
Segundo os pesquisadores, esse tipo de mudança significaria um aumento de 3% no risco de doença cardíaca para as mulheres que vivem em áreas poluídas. A percentagem de aumento de risco para os homens ainda é desconhecida.
 
A relação descoberta entre largura microvascular e risco de poluição do ar abre as portas para observações epidemiológicas de mais eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos fatais com exposições superiores a poluição, e um mecanismo de verificação biológica.
 
O próximo passo é continuar estudando os efeitos a longo prazo, no mesmo grupo de participantes. O objetivo é ver se a poluição do ar provoca alterações nos diâmetros dos vasos ao longo do tempo, a fim de fornecer mais provas de que a poluição do ar provoca o estreitamento dos vasos sanguíneos minúsculos.

Hypescience

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