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Erros da oratória: andar muito pelo palco ou fazer muitos gestos
desvia a atenção do público
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Gaguejar, falar demais, colocar muitos slides. Quando foi a última vez que você teve de falar em público? Assumir o papel de protagonista em uma apresentação – e se sair bem – não é tarefa fácil.
Um dos pontos mais importantes para o sucesso de uma apresentação é a capacidade de se conectar com o público. Neste quesito, contato visual e presença de palco são essenciais.
“A quebra dessa conexão é como uma bomba atômica para a efetividade do apresentador”, explica Rogério Chequer, sócio e consultor da multinacional do ramo de apresentações SOAP.
Para Matt McGarrit, professor de oratória da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, encarar a situação com naturalidade como o primeiro passo para se tornar um orador melhor.
“Todos têm medo de ‘dar um discurso’, mas poucas pessoas se intimidam com ‘uma conversa’”, diz.
“Por mais que no fundo seja a mesma coisa, essa mudança de raciocínio faz toda a diferença”.
Veja a seguir os erros mais comuns em apresentações e aprenda a superá-los:
Colocar os slides como centro da apresentação
“Muitas vezes o apresentador parece estar lá somente para ‘auxiliar’ os slides”, brinca McGarrit, antes de completar: “essa é uma relação completamente inversa”.
Segundo o professor da Universidade de Washington, os slides devem conter somente o mínimo necessário de texto. Preencha com fotos, gráficos, tabelas e vídeos, mas não se esqueça de desligar a tela assim que o conteúdo exposto neles tiver sido abordado.
“Eu não quero competir por atenção com meu próprio slide”, conta McGarrit.
Ensaiar em frente ao espelho
Treinar com o próprio reflexo não é eficaz, pois não tem as mesmas vantagens de se filmar. A gravação permite observação minuciosa dos vícios e facilita a reprodução de condições parecidas com as que você vai encarar.
“A dica é ensaiar exatamente a apresentação que você vai fazer. Em voz alta e no mesmo ritmo em que será apresentada”, aconselha Chequer.
Segundo o consultor, a prática atenua o nervosismo: “O cérebro passa a encarar aquela situação com mais naturalidade. Afinal, mesmo que em treinamento, você já passou por aquilo”.
Não manter contato visual com a audiência
A apresentação é um momento de comunicação. “Ao olhar apenas para os slides, o apresentador não se conecta com o público”, explica Chequer. McGarrit, acrescentando que é comum para muitas pessoas, por conta do nervosismo, fixar o olhar em um ponto acima da audiência.
“Em algum momento, alguém da plateia vai olhar para trás, para ver o que tem de tão interessante ali”, brinca o professor.
Segundo os especialistas, o ideal é dividir o público em blocos e, no ritmo da fala, desviar o olhar de um bloco para o outro. “Desta forma, toda a plateia se sente inclusa”, finaliza McGarrit.
Falar demais
É comum que alguns apresentadores preencham o espaço entre as falas com informações repetidas ou palavras vazias, como “errr”, “ããã” ou “então”.
“As pessoas geralmente têm aflição de ficar em silêncio em frente a uma grande audiência”, constata Chequer. As pausas, no entanto, são essenciais, pois dão tempo para o público assimilar o que foi dito e para que o apresentador organize o raciocínio.
“O silêncio só não pode ser longo demais, senão vira outro problema”, comenta o consultor.
Movimentar-se em excesso
Ao andar muito pelo palco ou fazer muitos gestos, o apresentador desvia a atenção do público.
“As pessoas ficam mais ligadas, conscientemente ou não, nos seus movimentos do que no conteúdo”, explica Chequer.
McGarrit destaca que a movimentação precisa fazer sentido: “Gesticular muito não é um problema, desde que seus gestos correspondam com aquilo que você está dizendo”.
Não conhecer a audiência
Cada tipo de público tem determinadas expectativas e reage de forma diferente ao que é apresentado no palco. Saber com quem você está lidando é determinante para se dar bem na apresentação.
“Quem estará na audiência? Por que eles estarão neste evento? O que essas pessoas esperam extrair da experiência?”, indaga McGarrit.
Lidar mal com imprevistos
Você ensaiou direitinho, fez slides só com informações essenciais e pesquisou tudo sobre o público. Quando chegou a hora de se apresentar, no entanto, uma obra no prédio vizinho não para de fazer barulho ou, pior, a sala ficou sem energia. Nesta hora, ter jogo de cintura é essencial.
“A essência de um discurso é o relacionamento que se cria entre o apresentador e o público naquele determinado momento, naquele lugar”, explica McGarrit. Segundo o professor de Washington, a interação com as pessoas e com o espaço é de vital importância, assim como a capacidade de fugir do script quando necessário.
Delas
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