Foto: Reprodução |
A Copa do Mundo, além de reunir as
melhores seleções de futebol do planeta para jogos em 12 cidades
brasileiras, atraiu milhares de turistas de todos os continentes. O
evento tem, de fato, a marca da integração e da sadia competição entre
os povos, mas, por outro lado, resulta em um aspecto não tão saudável: é
que os megaeventos aumentam a possibilidade de circulação de agentes
infecciosos (vírus e bactérias) entre os países.
O aumento da circulação internacional de patógenos já é um fenômeno
de nossos dias, impulsionado pela facilidade de mobilidade humana.
Durante grandes eventos, esse fluxo é intensificado.
O médico do Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais e em
Medicina de Viagem (Crie) da Fiocruz, Marcellus Costa, explica: “No
passado, qualquer pessoa demorava 3 meses para fazer uma grande viagem
e, se estivesse doente, manifestaria os sintomas durante o percurso. Com
isso, as outras pessoas tomariam precauções para não se contaminarem.
Atualmente, a pessoa cruza o oceano em um dia e só vai descobrir a
doença depois de já estar há algum tempo no seu destino”.
Para evitar contaminações, Marcellus Costa dá algumas dicas para brasileiros e estrangeiros:
• Lavar as mãos regularmente;
• Manter as mãos higienizadas com álcool gel;
• Ingerir apenas alimentos cozidos e que não estejam em exposição por muito tempo;
• No caso de bebidas frias, preferir as manufaturadas (suco de caixa ou lata, água mineral, refrigerantes);
• No caso de bebidas quentes, observar se vêm com alguma fumaça. Se
vierem, podem ser consumidas, porque a temperatura é maior do que 60°C, o
que é suficiente para matar a maioria dos agentes infecciosos;
• Se for para regiões de malária ou com surto de dengue, lembrar de usar repelente;
• Fazer sexo seguro sempre; e
• Manter a carteira de vacinação em dia.
O especialista do Crie/Fiocruz informa que quem estiver com a
carteira de vacinação desatualizada pode procurar os postos de saúde e
pedir a atualização. Segundo ele, o cuidado deve ser maior entre pessoas
que trabalham diretamente com o público, o que motivou a prefeitura do
Rio a convidar taxistas e profissionais da rede hoteleira para
vacinação.
Para informar sobre doenças prevalentes no Brasil e vacinas para
prevení-las, a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) criou o Guia
da saúde- viagens e grandes eventos com versões em português, inglês e
espanhol especialmente voltado para viajantes. A publicação também
inclui orientações sobre higiene e comportamentos saudáveis.
Visando orientar sobre a prática de sexo seguro, o Ministério da
Saúde, em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e
Aids (Unaids), lançou a campanha Projeta O Gol, de prevenção das
DST/Aids durante a Copa.
Entre as ações da campanha estão: a distribuição de 2 milhões de
preservativos e panfletos com mensagens de prevenção nas cidades-sede; e
a testagem rápida durante o período dos jogos.
Cuidados com a alimentação são outro item
importante na prevenção de contaminações e intoxicação e, para
facilitar a avaliação a respeito de estabelecimentos que servem
refeições em cada uma das cidades-sede, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) criou uma categorização dos serviços de alimentação,
com a criação de um selo para indicar a situação dos estabelecimentos
em relação à qualidade.
Portal Fiocruz / Saúde Web
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