Wikimedia Commons - Célula infectada por vírus HIV |
Rio - Um estudo de cientistas da Universidade de Temple, publicado na
revista da Academia Americana de Ciências, surge com uma nova esperança
de cura para vítimas da Aids e mostra que é possível erradicar todos os
vestígios de HIV a partir de uma cultura de células infectadas. Apesar
de ainda não ser possível aplicar a técnica em humanos, o método é
considerado uma “prova de conceito” de que pode existir cura para a
doença.
O ensaio pode derrubar a tese de que, uma vez infectada com o HIV, a
pessoa nunca deixa de ter o vírus, forçando o uso de medicação por toda a
vida. Isso porque o vírus não existe apenas no organismo. Em algumas
células (chamadas de “reservatórios”), ele é camuflado da forma mais
eficaz possível: desaparece, mas também se insere nos genes no DNA do
hospedeiro. Até então, os tratamentos antirretroviral eram capazes de
evitar que o vírus circulasse no corpo, mas uma vez inserido no DNA, não
havia nenhuma maneira de tirá-lo. A medicação conseguia apenas abortar
as tentativas de o vírus se reconstruir.
Mas o trabalho dos
cientistas mostrou que é possível retirar o HIV do código genético. Para
isso, eles introduziram enzimas células infectadas capazes de os cortar
fragmentos do DNA malignos. Em um segundo momento, o próprio sistema de
reparo do genoma faz o trabalho de recuperar genes como o eram antes da
infecção. Segundo os especialistas, o processo seria semelhante ao de
apagar trechos de um texto escrito em tiras de papel.
Apesar de
positivo, os cientistas ressaltam que esse é apenas um primeiro e
pequeno passo. O tratamento ainda não pode ser aplicado aos seres
humanos em larga escala, já que existem milhares de tipos de células
infectadas, sendo o processo complexo demais para ser usado em todo o
organismo.
O Globo
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