Thinkstock/Getty Images - Acompanhamento com nutricionista é fundamental
para quem não for tomar suplementos. Feto precisa de vitaminas e
minerais
para se desenvolver
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O ferro é prescrito com frequência porque maioria tem carência; veja o que comer para garantir outras vitaminas
É muito comum as gestantes saírem da primeira consulta do pré-natal
com uma lista de suplementos para garantir uma gravidez saudável e o
desenvolvimento perfeito do bebê. Mas será que tudo isso é mesmo
necessário. Os especialistas afirmam que não.
Indispensável, mesmo,
somente o ácido fólico. O ferro é prescrito com frequência porque
maioria das pessoas tem carência desse mineral, mas uma alimentação
balanceada pode assegurar as outras vitaminas.
A importância do
ácido fólico, explica o nutrólogo Roberto Navarro, é porque ele pode
reduzir pode reduzir em até 75% os casos de malformação do tubo neural
do feto, como mielomeningocele e espinha bífida. Por isso, o Conselho
Federal de Medicina recomenda que os médicos receitem no primeiro
trimestre da gestação. Nesse caso, a alimentação não supre.
Apesar
de a farinha de trigo branca ser, por lei, enriquecida com ácido fólico
- o que trouxe melhora, de modo geral, nos casos de má-formação e
também na redução da anemia na população - o suplemento não está
presente nas quantidades adequadas para as gestantes. Além disso, o
ácido fólico aquecido é menos absorvido no organismo e tudo o que se faz
com a farinha de trigo é normalmente assado.
Para trazer
benefícios para uma gestação, é preciso ingerir 400 mg de ácido fólico
por dia, que pode ser adquirido no comprimido diário. O mais indicado é
que a mulher comece a tomar os suplementos de ácido fólico de dois a
três meses antes de engravidar e siga até a amamentação. "Apesar do
benefício contra a má-formação vir apenas no primeiro trimestre,
sugere-se que continuar tomando até o final da gravidez possa trazer
benefícios não relacionados ao tubo neural", explica o ginecologista
Rafael Davi Botelho, do HCor.
O
médico afirma que, no caso das outras vitaminas, as mulheres que se
alimentam bem podem dispensá-las “Na ausência de uma avaliação cuidadosa
por um nutricionista, é prudente, no entanto, recomendá-los”, ressalva.
Para
a mulher que for tomar suplementos polivitamínicos na gravidez, sempre
recomendado por um médico, o ginecologista Cláudio Severino, do Hospital
Samaritano dá a dica: a vitamina deve ser ingerida 15 minutos antes do
almoço ou jantar, uma vez ao dia. “A recomendação é porque está perto da
refeição, o estômago está mais ácido”, diz. Além disso, tomar a
vitamina com sucos ácidos, como o de laranja ou limão, aumenta a
absorção dos nutrientes.
Veja abaixo onde encontrar as vitaminas necessárias e quando a suplementação é importante:
Ferro: recomendado
para gestantes a partir do segundo trimestre da gestação, quando a mãe
precisa produzir mais hemácias e o feto também. Se a mãe estiver anêmica
antes do segundo trimestre, o ferro é recomendado antes. De praxe, é
estendido até a amamentação.
Para
o ginecologista Cássio Sartorio, do Vida, Centro de Fertilidade da Rede
D’Or, se a mãe tiver uma alimentação adequada com ferro de origem
animal (que tem alta absorção) e o exame de sangue mostrar que os níveis
estão dentro do padrão, ela não precisa de suplementação. “O problema é
que a maioria tem carência de ferro na gravidez”, explica Sartorio. O
acompanhamento médico para quem optar por não tomar suplemento deve ser
rígido.
Ômega 3: Navarro conta que alguns estudos
mostraram que a mãe que tem uma dieta mais rica em ômega-3 resulta em
um bebê com quociente de inteligência maior no primeiro ano de vida, bem
como diminui a chance de parto prematuro e bebê de baixo peso. Essa
substância é principalmente encontrada na gordura do peixe (DHA e EPA),
que são fundamentais para o desenvolvimento do feto.
Se a mãe come
peixe diariamente ou três vezes na semana (atum, sardinha, salmão ou
truta), não é preciso suplementar. Caso contrário, uma cápsula ao dia
durante toda a gestação supre a necessidade. Mas atenção, apesar da
venda livre, a grávida só deve tomar suplemento se for orientação
médica. “Em doses muito altas, o ômega-3 altera a coagulação do sangue e
pode dar hemorragia no parto”, alerta o nutrólogo, lembrando que as
grávidas devem passar longe de peixe cru.
Vitamina A:
a grávida precisa de 10% a mais de vitamina A do que se não estivesse
gerando um bebê. Nos suplementos direcionados para gestantes, essa
vitamina já está dosada. “Se ela optar pela alimentação, três cenouras a
mais por dia, por exemplo, é suficiente para suprir essa necessidade”,
explica Navarro.
Se
for por meio de suplementos, é preciso tomar estritamente a quantidade
receitada pelo médico, porque a dose alta de vitamina A aumenta as
chances de má-formação fetal. “Pela alimentação é muito difícil ter
excesso de vitamina”, explica.
Vitamina C: quando
há um bebê na barriga, o aporte de vitamina C deve ser de 13% a mais,
ou uma laranja a mais por dia, além da quantidade comum que já se
consumia da vitamina, explica o nutrólogo.
Vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B6):
uma grávida precisa de 30% a mais dessas vitaminas, que estão presentes
normalmente nas carnes. “Cem gramas a mais de carnes magras já supre
essa necessidade”, conta o nutrólogo. Há, também nos vegetais, mas aí a
quantidade deveria ser maior – um prato a mais, com todas as cores de
vegetais (vermelho, verde, laranja), ou uma colher de chá de levedo de
cerveja por dia. No caso da vitamina B12, a mulher precisa de 8% a mais.
Zinco:
para estar dentro dos padrões, uma futura mamãe precisa de 38% a mais
de zinco do que quem não está grávida. Esse mineral está presente onde
tem proteína, seja vegetal ou animal. Se a mulher já come 100 gramas a
mais de carne por dia por conta do complexo B, ela já consegue a
quantidade de zinco necessária. Para quem não gosta da carne, há zinco
no feijão, grão-de-bico, soja, e basta uma concha a mais no prato.
Iodo:
suprir 47% de iodo pode não ser uma tarefa simples, já que a maior
parte está presente no sal e nas algas marinhas, dois alimentos que as
grávidas devem passar longe, uma vez que sal em excesso aumenta a
pressão arterial e as algas marinhas podem estar contaminadas, causando
sérios danos à saúde. O jeito, então, é ficar com as castanhas, nozes e
amêndoas. Uma castanha a mais por dia já impede que a grávida tenha
carência de iodo.
Selênio: para uma boa gravidez, é preciso ter mais 9% de selênio, que pode ser encontrado em uma castanha-do-pará a mais por dia.
iG
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