Acima gordura marrom e abaixo a gordura branca |
Já a gordura marrom é o contrário: ela queima a gordura comum, transformando-a em calor. Portanto, pode nos ajudar a emagrecer.
Desde que foi descoberto que humanos adultos possuem altas quantidades
de gordura marrom, pesquisadores tentam compreender melhor as suas
propriedades de queima de gordura com o objetivo de desenvolver novas
terapias para combater a obesidade e a diabetes.
Entendendo o processo
Cientistas demonstraram que o fator de transcrição IRF4 (fator
regulador de insulina 4) desempenha um papel fundamental no processo
termogênico da gordura marrom, que regula nosso gasto de energia e
tolerância ao frio.
Ativada por temperaturas frias e por certos hormônios e drogas,
incluindo epinefrina, a gordura marrom gera calor através das ações de
um grupo de genes chamados coletivamente de “programa termogênico da
expressão do gene”, o mais conhecido dos quais codifica a proteína
termogenina (UCP1).
A UCP1 dissipa energia na mitocôndria das células de gordura marrom, e a geração de calor é um subproduto.
Já uma molécula chamada PGC-1 alfa, descoberta há 15 anos no
laboratório do coautor do estudo Bruce Spiegelman, é um cofator de
transcrição, o que significa que indiretamente conduz a transcrição de
genes como UCP1, porque lhe falta a capacidade de se ligar ao DNA por si
própria.
Isto sugeriu que deve haver um fator de transcrição ou proteína de ligação ao DNA que media os efeitos da PGC-1 alfa.
No entanto, apesar de anos de trabalho e vários candidatos
promissores, nenhum parceiro tinha sido descoberto que pudesse aumentar a
termogênese. IRF4 é esse parceiro.
O novo estudo
De acordo com o novo estudo do Beth Israel Deaconess Medical Center
(EUA), IRF4 é um elemento chave no desenvolvimento e manuseio de
gorduras, sendo que a expressão de IRF4 é induzida pelo jejum em
gordura.
Os cientistas teorizavam que, além de servir como um regulador chave
da lipólise, IRF4 também podia desempenhar um papel termogênico direto
na gordura marrom.
Experimentos com ratos confirmaram essa hipótese, demonstrando que
IRF4 é induzido pelo frio e pode promover o aumento da expressão do gene
termogênico, gasto de energia e tolerância ao frio.
Por outro lado, a perda de IRF4 em gordura marrom resulta em
expressão termogênica reduzida, gasto energético, obesidade e
intolerância ao frio.
Finalmente, os pesquisadores mostraram que o IRF4 interage
fisicamente com PGC-1 alfa para promover a expressão de UCP1 e
termogênese.
Com esta nova descoberta do papel chave de transcrição do IRF4,
talvez possamos identificar novos alvos de drogas que afetam diretamente
essa via, o que pode ser mais específico do que simplesmente dar
epinefrina ou drogas parecidas que fazem subir a frequência cardíaca e a
pressão arterial.
“A descoberta de que a gordura marrom tem um papel ativo no
metabolismo sugeriu que, se pudéssemos manipular o número ou a atividade
dessas células de gordura, podemos forçar nossos corpos a queimar
calorias extras”, explica Evan Rosen, principal autor do estudo, da
Universidade de Harvard. “Agora que identificamos um fator importante da
condução deste processo, podemos procurar novas abordagens de
explorá-lo para o benefício terapêutico”.
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