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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Da união de duas empresas, TopJob chega para combater absenteísmo

TopMed, empresa do Grupo Benner, e Total Life criam, juntas, uma plataforma web para a gestão e controle dos afastados no trabalho

Elas são catarinenses e têm grupos de investidores em comum. Uma é voltada para a promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças, e a outra possui expertise no mundo corporativo, fazendo a segurança do trabalhador. A união das respectivas especialidades da TopMed e Total Life gerou uma solução interativa, baseada em web, de gestão do absenteísmo (faltas e ausências dos colaboradores) nas empresas.

A plataforma, batizada de TopJob, identifica as principais motivações de ausência e, por meio de um call center, instrui o colaborador para o cuidado com a saúde, acompanha o processo de recuperação dos afastados, para que cumpram corretamente as recomendações médicas; e também acaba inibindo fraudes em atestados médicos.

Dessa forma, a Saúde ocupacional é unificada ao acompanhamento e orientação à saúde, que além de monitorar as ausências, pode reunir o Registro Médico da Medicina do Trabalho ao Prontuário da Central de Orientação Médica. O pacote de benefícios aos funcionários é contratado pelas empresas sob um sistema de cobrança baseado no número de vidas incluídas no programa.

A empresa TopMed faz parte do Grupo Benner, o que evidencia a estratégia por trás dessa iniciativa: a de reduzir despesas administrativas e assistenciais por meio da tecnologia, propósito da Benner. Atualmente, o grupo oferece soluções de gestão para operadoras de planos de saúde – seu maior market share - hospitais e saúde pública e fatura aproximadamente R$ 120 milhões em Saúde.

Além do pronto aconselhamento realizado pela Central, outros serviços fazem parte do pacote: avaliação de sintomas e orientação de saúde; serviço de orientação em nutrição; descontos na compra de medicamentos através de uma rede de 14.000 farmácias; e prontuário médico pessoal em formato eletrônico, por acesso via web.

“Acreditamos que para os próximos três anos podemos esperar uma carteira de clientes com aproximadamente 4 milhões de vidas. Hoje atendemos sete empresas nas áreas de call center, têxtil e indústria plástica”, contou o diretor da Total Life, Jeferson Spessatto, por e-mail ao Saúde Business 365.

Impacto do absenteísmo
De acordo com levantamento da Total Life, o impacto do absenteísmo por doença na Alemanha em 2001 custou 44,76 bilhões de euros enquanto que para o Reino Unido, a perda foi de 11 bilhões de libras esterlinas, principalmente por causa de doenças dos sistemas ósteomuscular e respiratório.

Para se ter uma ideia, no Brasil, entre 2000 e 2004, as despesas aumentaram 31,8% com a concessão do auxílio-doença. Em 2000, o auxílio-doença representava 3,2% dos gastos da previdência social e, em 2004, a despesa subiu para 7,5%.

Segundo Spessatto, a solução foi criada para atender a demanda de empresas com uso intensivo de mão de obra, nas quais as ausências por problemas de saúde representam um grande prejuízo operacional. Entre as mais impactadas, estão as indústrias e as empresas de serviços, como as de call center, redes de varejo, manutenção e segurança, entre outras.

Um estudo realizado pelo Institute for Health and Productivity Studies, dos Estados Unidos, mostrou que as companhias americanas chegam a perder US$ 150 bilhões por ano devido à presença de funcionários doentes, que acabam não rendendo em suas atividades. No Brasil, estima-se que esta cifra pode chegar a 3% do Produto Interno Bruto, ou seja, R$ 42 bilhões por ano. 

Entre os sintomas mais comuns do presenteísmo (presença física e ausência mental) estão: dores musculares, cansaço, ansiedade, angústia, irritação, depressão, insônia e distúrbios gástricos. Entretanto, o grande gerador do presenteísmo é o estresse. De acordo com o International Stress Management Association, os oito países mais estressados do mundo, em ordem decrescente, são: Japão (70%), Brasil (30%), China (24%), Estados Unidos (20%), Israel (18%), Alemanha (16%), França (14%) e Hong Kong (12%). No Brasil, segundo o mesmo instituto, três em cada dez brasileiros apresentam problemas de saúde devido ao estresse no trabalho.

Saúde Web

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