Objetivo é diminuir o número de cesarianas na cidade carioca. Segundo pesquisa, 56% dos nascimentos no Brasil ocorrem por meio de cesarianas, enquanto a média mundial é 18%
O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) pretende construir um centro de parto normal, na cidade do Rio de Janeiro.A unidade será vinculada ao complexo hospitalar que será erguido na Quinta da Boa Vista, na zona norte, e receberá as novas instalações do IFF e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. A estimativa é que toda a obra custe R$ 600 milhões e seja entregue em 2017.
O anúncio da construção do centro de parto normal foi feito pelo presidente do IFF, Carlos Maciel, durante seminário na 9ª Conferência: Normal é Natural, em outubro. O objetivo do evento era discutir formas de diminuir o número de cesarianas no país. Segundo a Pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional Sobre o Parto e Nascimento, divulgada em 2014, 56% dos nascimentos ocorrem por meio de cesarianas. A média mundial de partos cesáreos é 18%.
Estrutura
O centro de parto normal deverá contar com cinco salas para atender 200 parturientes por mês. “Teremos suítes amplas, que permitam a paciente caminhar, banheira – para o banho de imersão [que ajuda a aliviar as contrações]–, com conforto para os acompanhantes e privacidade”, explicou Maria Auxiliadora Mendes Gomes, responsável pelo projeto do centro. “São estratégias potentes que favorecem a fisiologia do parto e métodos não farmacológicos para controle da dor”, frisou a especialista.
O centro de parto normal deverá contar com cinco salas para atender 200 parturientes por mês. “Teremos suítes amplas, que permitam a paciente caminhar, banheira – para o banho de imersão [que ajuda a aliviar as contrações]–, com conforto para os acompanhantes e privacidade”, explicou Maria Auxiliadora Mendes Gomes, responsável pelo projeto do centro. “São estratégias potentes que favorecem a fisiologia do parto e métodos não farmacológicos para controle da dor”, frisou a especialista.
O Ministério da Saúde, que participa do projeto do complexo hospitalar, ainda deve definir a localização do centro de parto. Há duas possibilidades: dentro do hospital, em um andar independente, ou fora, seguindo modelos mais próximos às casas de partos (que não lembram a estrutura hospitalar), como recomendam especialistas, explicou o diretor do instituto. Procurado, o ministério não esclareceu como a decisão será tomada.
Professora da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Maysa Luduvice atua em parceria com a única casa de parto na cidade, a David Capistrano, na zona norte, e acredita que o novo centro de parto será referência na formação de profissionais e de atendimento às famílias.
“Temos grande necessidade de formação de profissionais que tenham competência e habilidade para lidar com o parto natural. O modelo de cuidado, com muitas intervenções, como é feito hoje majoritariamente, interfere na saúde do bebê e da mulher”, disse. “O novo centro colocará em evidência esse processo, de não olhar o parto como uma doença”, destacou.
Para o presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Pedro de Jesus Silva, dar mais conforto às gestantes, com atendimento humanizado e menos intervenções, é fundamental para diminuir o medo do parto e incentivar nascimentos naturais. “Lutamos muito pela ampliação dos centros de parto. Essa nova unidade deve ser referência na redução das cesarianas no Brasil. As cesáreas são importantes, mas devem ser recomendadas”, disse.
Atualmente, o Instituto Fernandes Figueira é referência para o Ministério da Saúde no atendimento a gestantes de alto risco, crianças e adolescentes e articula a rede de bancos de leite. O instituto atua nas áreas de ensino e pesquisa e foi considerado um “hospital amigo da criança” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
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