Foto: Charles Silva Duarte Minas Gerais detém atualmente 6,9% do mercado de produção de água mineral no Brasil |
Em tempos de crise hídrica e de economia, a água mineral está batendo recordes de consumo. A Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam) estima que, em 2014, foram consumidos no país quase 14 bilhões de litros – crescimento de 55% em relação a 2011. São inúmeras marcas, embalagens, características e preços, que requerem cuidados na hora da escolha.
Para quem não vive sem o galão de água mineral de 20 litros, por exemplo, o site Mercado Mineiro realizou pesquisa recente dos preços praticados em Belo Horizonte. O coordenador do levantamento, Feliciano Abreu, afirmou que a variação dos valores chega a 114,29%, sendo o menor valor a R$ 7 e o maior, R$ 15.
Geralmente é o preço o primeiro item observado pelo consumidor no ato da compra, mas as condições de armazenamento, higiene, transporte e validade devem ser sempre levadas em conta.
A dentista Vanessa Siciliano, 29, encaixa-se nesse perfil. Ao escolher a água para consumo em casa, ela disse que prefere os garrafões pelo preço e admite nunca ter observado a validade. “Sempre olho o custo-benefício: a maior garrafa pelo menor preço. Nunca, jamais olhei prazo de validade”, confessa.
Fiscalização
Uma ação educativa promovida pelo Procon estadual fiscalizou 39 estabelecimentos que vendem o galão na capital mineira. Como resultado foram encontradas 83 irregularidades. Em 25 estabelecimentos, o preço do produto não estava visível; em 20, não foram encontradas placas com os telefones dos órgãos de defesa do consumidor; 13 não disponibilizavam um exemplar do Código de Defesa do Consumidor; e um praticava preços diferenciados para formas diferentes de pagamento.
“É preciso observar todos os fatores, principalmente o modo de armazenar a água e a sua validade. O lacre e o rótulo devem estar em perfeito estado. Garrafas que são expostas ao sol ou que ficam próximas de produtos químicos podem ter a qualidade da água alterada”, alerta a advogada da Associação de Consumidores Proteste Sônia Amaro.
Ainda de acordo com a pesquisa do Procon, 24 estabelecimentos recusaram-se a trocar gratuitamente o vasilhame vazio. As portarias 387/2008 e 358/2009 do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) determinam que os garrafões plásticos têm validade de três anos. Já o Departamento Nacional de Defesa e Proteção do Consumidor emitiu, em 2010, a Nota Técnica 61, na qual entende que o custo da troca dos vasilhames vencidos é dos fornecedores, que “não podem transferir ao consumidor os riscos de sua atividade”.
Os fornecedores em situação irregular serão notificados e receberão prazo de 30 dias para se adequarem às normas. Caso as infrações não tenham sido sanadas, o órgão encaminha o caso ao Ministério Público, a quem cabe tomar providências no sentido de punir as empresas que descumprem a legislação vigente.
Os números
- 69 litros por ano foi o consumo de água mineral per capita no Brasil registrado em 2014
- 51,5% da água mineral do país atualmente é produzida na região Sudeste
- 6,9% é a fatia de mercado que Minas Gerais tem na produçãode água mineral
O Tempo
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