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A medida passa a valer depois de publicação da resolução no Diário Oficial do estado.
A notificação poderá ser feita por telefone, e-mail e formulário online. A determinação vale tanto para o setor público, como privado, desde postos de Saúde, hospitais, clínicas da família, consultórios médicos e secretarias municipais de Saúde.
De acordo com a secretaria, a medida tem por objetivo traçar um mapa epidemiológico do estado para melhor analisar os casos de zika vírus e uma eventual relação entre a doença e o nascimento de bebês com microcefalia e, assim, auxiliar em políticas públicas de vigilância para preveni-los. “Importante ressaltar, no entanto, que o manejo clínico para o tratamento do zika, assim como para fetos ou recém-nascidos com microcefalia, segue sem alterações, acompanhando o já preconizado pelo Ministério da Saúde”, diz a nota.
Na semana passada, o Ministério da Saúde determinou estado de emergência nacional em saúde pública após perceber um aumento dos casos de microcefalia na Região Nordeste. A Secretaria de Saúde do Rio levou em consideração o relato de aparecimento de manchas vermelhas na pele das mães durante a gestação, em alguns casos de microcefalia investigados em alguns estados nordestinos. “Esse fato pode estar associado a diversas condições clínicas, incluindo doenças infecciosas. Portanto, a necessidade de estabelecer um protocolo de vigilância e adotar medidas de prevenção e controle.”
Para a pesquisadora do Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz, virologista Ana Maria Bispo, a pesquisa do Flavivírus em que foram encontrados zika em amostras de gestantes da Paraíba são um “achado científico inédito” e permitem um melhor entendimento da infecção deste vírus em pessoas. “Apesar de os resultados recentes trazerem conhecimentos científicos inéditos, ainda não há comprovação científica de que os casos de microcefalia em crianças estão correlacionados à infecção por vírus Zika”, disse.
Segundo ela, novos testes são necessários para comprovar essa relação entre o zika vírus e a microcefalia. Ana Maria disse ainda que é “fundamental” o combate ao mosquito Aedes aegypti. “Como é de conhecimento de todos, o controle do vetor é fundamental, não apenas por ações do governo, mas com participação da população.”
Entenda as doenças
O subsecretário de Vigilância em Saúde do Rio, Alexandre Chieppe, esclareceu que o zika é uma doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado com o vírus. Segundo ele, a doença não é transmitida de pessoa a pessoa. Chieppe disse ainda que a semelhança com a dengue ocorre em função de alguns sinais e sintomas apresentados pelos pacientes como: febre; manchas pelo corpo com coceira; dor de cabeça e nas articulações, além de enjoo e dores musculares.
“Apesar de ainda não haver evidências científicas, em função de ser uma doença nova, vamos orientar os profissionais de serviços de saúde a intensificar a vigilância em gestantes com manchas vermelhas pelo corpo, assim como reforçar as medidas de proteção individual, [tais como] indicação de uso de repelentes, evitar exposição nos períodos de maior atividade do mosquito.”
Já a microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio menor que o tamanho normal. Na maioria dos casos, é resultado de alguma infecção adquirida pela mãe durante a gravidez, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus, além de abuso de álcool, drogas e em síndromes genéticas como a síndrome de Down. Em 90% dos casos, a microcefalia está associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. Não há como reverter a microcefalia, mas é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança.
Agência Brasil
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