Medicamento só pode ser prescrito para pacientes diagnosticadas com transtorno de desejo sexual hipoativo. Apenas um grupo de mil mulheres conseguiu tomar o remédio que aumenta o apetite sexual
O remédio que ficou conhecido como "Viagra feminino" chegou às farmácias americanas no dia 17 de outubro de 2015 no que parecia ser uma vitória feminista. Havia a promessa de ajudar mulheres que sofrem com a redução do desejo sexual, mas a pílula Flibanserina foi prescrita apenas mil vezes nos três primeiros meses desde que foi aprovada pela FDA (Food and Drugs Administration), agência que regula drogas e alimentos nos Estados Unidos.
A razão para o baixo número de prescrições se dá pelo fato de que o medicamento somente pode ser fornecido às mulheres em período pré-menstrual e que sofrem com transtorno de desejo sexual hipoativo. Ajudá-las é, sem dúvida, um grande passo, mas a Flibanserina poderia ser útil também para outras pacientes, como as que sofrem com o declínio do interesse por sexo provocado pelo uso de alguns remédios, como os que controlam a natalidade e os antidepressivos.
Isto significa que a maior parte das mulheres não tem acesso a uma medicação que aumenta o desejo por sexo, o que não ocorre os homens, que encontram drogas similares em qualquer farmácia.
Cerca de 500 mil prescrições foram feitas durante o primeiro mês em que o Viagra foi disponibilizado em 1998 naquele país. 70% dos convênios de saúde cobriram o custo na época. Enquanto isso, apenas metade das mulheres que tomaram Flibanserina (ao custo de R$ 3.446 por mês) tiveram reembolso.
"Sabemos que os homens têm cobertura. Há muitas opções para eles", afirmou Sally Greenberg, diretora executiva da Liga Nacional de Consumidores em Washington, ao jornal "Pittsburgh Post Gazette".
"Agora, as mulheres estão enfrentando sérias barreiras na busca por algo que ganhou aprovação da FDA em segurança e efetividade. Balanço minha cabeça e digo: O que há de errado neste quadro?", questionou.
De acordo com a Marie Claire americana, a Flibanserina não representa uma cura para a redução do desejo sexual, pois ela apenas pode ajudar menos da metade das mulheres que tomam o medicamento. No entanto, em um mundo em que o Viagra é vendido como doce, a versão feminina deveria estar mais disponível.
Revista Marie Claire
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