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terça-feira, 3 de maio de 2011

Asma atinge mais de 10% da população brasileira

Marielly Campos

A asma, doença que atinge mais de 10% da população brasileira, é responsável por 2,2 mil mortes por ano no país, segundo a ABRA (Associação Brasileira de Asmáticos). Além disso, ocupar o 4° lugar entre as internações no SUS (Sistema Único de Saúde), e estar relacionada à ausência escolar e no trabalho.

De acordo com o otorrinolaringologista Fernando Pochini, responsável pelo setor de otorrino do Hospital São Luiz unidade Morumbi, que alguns fatores ajudam a desencadear as crises. O “ar seco, clima frio, mudanças de temperatura, poluição e partículas suspensas no ar impactam diretamente a qualidade de vida destes pacientes, estimados em cerca de cem a 150 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde”, explica.

Além disso, os ácaros ocupam posição de destaque como provocadores de sintomas alérgicos, tanto da asma quanto de outras doenças do trato respiratório, explica o especialista. “O clima ameno e úmido predominante no período de inverno em grande parte do território brasileiro é fator auxiliar na reprodução destes ácaros e no aumento da incidência de asma nesses períodos”, diz.

Bronquite X Asma

Apesar de serem facilmente confundidas, a asma e a bronquite “são duas doenças completamente diferentes, com causas, sintomas e tratamentos bastante específicos”, diz. A asma não tem cura, por ser uma doença genética, e pode atingir indivíduos de qualquer faixa etária, especialmente as crianças.

Os sintomas da asma são “tosse, que pode ou não estar acompanhada de alguma expectoração (catarro); falta de ar; chiado no peito e dor ou ‘aperto’ no peito”, explica Pochini.

A bronquite, por sua vez, “é definida quando há presença de tosse com muco (catarro) na maioria dos dias do mês, em três meses do ano, por dois anos sucessivos, sem outra doença que explique a tosse”, comenta o médico. É uma DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), assim como o enfisema pulmonar. “Dificilmente ocorre em uma criança, sendo as principais vítimas os adultos fumantes”, completa.

Tratamento

Ainda segundo o especialista, quase todos os casos da doença ocorrem pelo efeito nocivo do fumo nos pulmões por vários anos, o que determina uma inflamação da mucosa dos brônquios (tubos que espalham o ar dentro dos pulmões).


A asma é uma doença bastante recorrente, por isso, foi criado um dia para conscientização sobre a doença, comemorado mundialmente no dia 3 de maio. Segundo Pochini, é importante que o paciente faça um tratamento constante para evitar as crises. “Boa parte dos pacientes trata apenas durante a crise e não de forma preventiva”, diz.

“Não tratando bem os agentes desencadeadores faz com que boa parte das pessoas se descompense com muita frequência”, completa.

Cuidados

Para evitar as crises, o médico cita alguns cuidados que devem ser observados por quem sofre de asma.

1 – Respirar pelo nariz. Nessas mudanças bruscas de temperatura o nariz tem papel muito importante no aquecimento e umidificação do ar, o que não acontece com a boca.

2 – Evitar contato excessivo com poeiras e poluição. O excesso de poeira pode levar a uma inflamação nasal. Normalmente, o nariz cria uma defesa contra a poeira, mas se o órgão é exposto a grande quantidade, a reforma de uma casa, por exemplo, pode haver agressão do problema respiratório, levando a uma crise.

3 – Evitar ambientes aglomerados e fechados. Nessa época do ano, por causa do frio, as pessoas costumam ficar em lugares fechados, com pouca circulação de ar. Nesses locais podem estar inalando grande quantidade de agentes agressores, em especial se houver pessoas doentes no local.

4 – Cuidar da hidratação. É importante que a pessoa com asma e outras doenças respiratórias mantenha-se hidratada. O ideal é tomar dois litros de água todos os dias para manter a mucosa bem hidratada. Além disso, é importante atentar-se também para a hidratação das vias respiratórias. Deve-se fazer hidratação com solução salina no nariz, que é fundamental e sem contra indicação, e também inalação, com soro fisiológico.

5 – Umidificar o ambiente, mas tomando alguns cuidados. Usar aparelhos umidificadores, toalhas molhadas ou bacias de água ajudam a deixar o ambiente mais úmido facilitando a respiração, entretanto, é importante se atentar para os locais onde esses objetos serão colocados, para evitar que piore o quadro clínico. Não se deve deixar sobre carpetes, tapetes, ao lado de paredes úmidas, para evitar mofo e aumento de ácaros. O correto é deixar sobre pisos frios ou ambientes que não acumulem água.

6 – Estar em bom estado nutricional e boas condições físicas. É importante para manter bom condicionamento imunológico – o próprio organismo vai atacar esses vírus e bactérias. Por isso, é importante manter uma alimentação equilibrada, sem deficiências de proteínas, vitaminas e ácidos graxos.

7 – Procurar um médico. É importante que o paciente faça o diagnóstico preciso da doença e, a partir daí, deverá usar medicações e manter consultas médicas regulares.

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