A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou nesta segunda-feira em Pequim que a China, maior consumidor e produtor de tabaco, concentra um sexto das 6 milhões de mortes relacionadas ao tabagismo no mundo todo.
"O uso do tabaco é a principal causa de morte evitável no mundo e na China. A cada ano, 1 milhão de pessoas morrem no país por doenças relacionadas ao tabagismo", afirmou o representante da OMS no país asiático, Michael O'Leary.
Os males relacionadas, no caso, são ataques cardíacos, câncer e doenças pulmonares, entre outros, sem incluir o enorme número de fumantes passivos, dos quais as crianças representam 25% do total, acrescentou O'Leary.
Por esta razão, a OMS solicitou nesta segunda-feira ao governo chinês que aproveite o monopólio estatal no setor do tabaco para prevenir o contínuo aumento de mortes por tabagismo, em um país com mais de 300 milhões de fumantes --maior número de viciados em nicotina do planeta-- e que lidera a produção mundial de cigarros.
"A indústria chinesa do tabaco é 100% estatal. E isto significa uma tremenda oportunidade para que o governo a ponha sob controle", afirmou a doutora Sarah England, da OMS em Pequim, lembrando que nesta terça-feira (31) será celebrado o Dia Mundial sem Tabaco.
Segundo os últimos dados da OMS, mais de 60% dos homens do país mais populoso do mundo são fumantes, com um consumo estimado em 2009 de 2,3 milhões de cigarros, um aumento de 40% em relação a 2002.
Embora a China tenha ratificado em 2003 o Convênio Marco da OMS para o Controle do Tabaco (FCTC, sigla em inglês), sua implementação depende de um grupo de trabalho que inclui o Monopólio Estatal do Tabaco, a instituição reguladora responsável por tramitar a Corporação de Tabacos da China, maior fabricante de cigarros do mundo.
Em declarações à agência de notícias "Xinhua", a doutora England afirmou que "a indústria chinesa do tabaco está atuando contra os princípios da saúde pública, e as diretrizes do FCTC deixam claro que o setor do tabaco não deveria ter influência sobre as políticas de controle" do tabagismo.
Neste sentido, um relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China informou em janeiro que o limitado progresso no controle do tabagismo no país asiático se deve à interferência de representantes das tabacarias na implementação das políticas oficiais.
O setor do tabaco gera na China 7% da receita anual do governo, mas os especialistas asseguram que este número é obscurecido pela baixa produtividade e os custos médicos acarretados pelas mortes e doenças por tabagismo.
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