Foi um turbilhão. No mesmo mês, a saladeira Marenize Gomes descobriu que estava grávida e também que tinha um câncer de mama. Ela teve medo de perder o bebê. “O médico já me despreocupou. Falou que eu não ia precisar tirar o bebê que dava para eu fazer o tratamento, dava para fazer a quimioterapia mesmo eu estando grávida e que a cirurgia seria feita depois. Aí eu já fiquei mais aliviada, graças a Deus”, conta.
Marenize Gomes foi encaminhada para um ambulatório do Instituto do Câncer, especializado em casos como o dela. O tratamento é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte das pacientes tem entre 35 e 40 anos, faixa de idade da saladeira, quando o risco de desenvolver a doença é maior. O tratamento é à base de quimioterapia.
“Tem algumas regras fundamentais que a gente tem de tomar cuidado. Uma delas é não administrar durante o primeiro trimestre da gestação. Tem que cuidar do tipo de medicamento que administra com a dose. A gente tem uma clinica separada, a gente tem mais tempo para dedicar para paciente. É uma clinica multidisciplinar, em que ela vai rodando os vários especialistas, especialmente o mastologista, o oncologista e o obstetra”, explica o oncologista do Instituto do Câncer, Max Senna Mano.
O tratamento do câncer de mama durante a gravidez tem uma série de restrições. Não dá para fazer muitos exames necessários como, por exemplo, a tomografia. Por causa da radiação, ela pode provocar a má formação do bebê.
Três semanas antes de dar à luz, a quimioterapia tem de ser suspensa para evitar baixa imunidade da mãe e da criança. Não há problema quanto ao parto normal ou à cesariana. Só não vai ser possível amamentar o bebê. “Não pode amamentar nesta gestação. Se ela tiver outra, sim, aí ela pode amamentar”, conta o chefe do setor de mastologia José Roberto Filassi.
Com o filho no colo, o tratamento se intensifica: mais quimioterapia, radioterapia, hormônios e vacina. A engenheira civil Elaine Lima Maciel está vivendo essa fase. Nada que abale a alegria de carregar nos braços a pequena Lucille. A menina nasceu saudável. Gulosa como ela só, fica mais forte a cada dia.
“Eu fiquei muito contente, porque ela não tem nenhum resquício, nada. Fez todos os exames está super bem e eu estou muito feliz”, comemora a engenheira civil.
Segundo os médicos, a incidência de casos de câncer de mama durante a gravidez é de um caso a cada quatro mil gestações. Imagine como ficam as emoções dessa mulher, preocupada com a criança e com a criança. É fundamental um atendimento especializado como isso.
Fonte G1
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