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domingo, 31 de julho de 2011

Portugal: 4300 euros para tratar a próstata

No espaço de um ano, 120 homens resolveram o seu problema urinário e deixaram de procurar, quase de hora a hora, uma casa de banho. Não só urinavam ‘às pinguinhas’ como não esvaziavam totalmente a bexiga. A solução terapêutica foi encontrada com a embolização da artéria prostática, uma operação realizada no Hospital Saint Louis, em Lisboa. Alguns dos pacientes têm menos de 50 anos.

A embolização é uma técnica de radiologia de intervenção que consiste no bloqueio de vasos sanguíneos e foi desenvolvida em Portugal pelo médico Martins Pisco, especialista em radiologia de intervenção.

Depois de ter apresentado, em Maio, num congresso nos Estados Unidos, o tratamento desenvolvido em portugueses, Martins Pisco tem recebido naquela unidade de saúde privada equipas de colegas europeus e americanos interessados em receber formação. Além de o procurarem médicos estrangeiros, também é solicitado por pacientes de várias partes do Mundo.

Uma operação recente contou com a participação de radiologistas italianos. Um dos especialistas, Cesare Massa Saluzzo, afirmou ao Correio da Manhã que a embolização da artéria da próstata é inovadora. "Até aqui, aplicávamos a embolização para tratar outros problemas, por exemplo, no cérebro. Martins Pisco mostra que é possível aplicar, com sucesso, a embolização em outras áreas da anatomia, como o caso do tratamento da próstata". Em Itália, estima--se que um milhão de homens sofra de problemas provocados pelo aumento da próstata.

Em Portugal, a prevalência de casos ronda os 50 por cento acima dos 50 anos de idade e 75 por cento acima dos 75 anos.

Na intervenção, Martins Pisco introduz, através de um cateter muito fino, partículas de álcool polivenil, que bloqueiam os vasos sanguíneos que irrigam a próstata, deixando, contudo, as artérias pudendas internas permeáveis para que o paciente mantenha a potência sexual.

A intervenção é suportada integralmente pelo doente e custa cerca de 4300 euros. Ao contrário da cirurgia à próstata por via aberta, a embolização não afecta a vida sexual do paciente.

VEIO DE HONG KONG PARA SER TRATADO
O jornalista James La-Giglia, de 48 anos, residente em Hong Kong, procurou vários urologistas, inclusive nos EUA, para tratar o seu grave problema urinário, causado pelo aumento da próstata, mas sempre recusou a proposta de operação. Procurou Martins Pisco para ser tratado.

"TÊM DE DETER OS SINTOMAS": Martins Pisco, Médico e radiologista de intervenção

CM – Quem são os doentes que podem submeter-se a este tratamento?
Martins Pisco – Não basta apenas terem aumento da próstata. É preciso haver sintomas, como urinar várias vezes ao dia, fazer força para urinar e não conseguir esvaziar a bexiga totalmente sempre que vai à casa de banho.

– Já aplicou a técnica a mulheres com fibromiomas que não conseguiam engravidar. Quantas já tratou?
– Largas centenas, e muitas crianças já nasceram. A técnica é parecida em homens e mulheres.

"SÓ URINAVA COM ALGÁLIA"
Alberto Bastos abre o sorriso quando lhe perguntam como se sente agora: "É a coisa mais linda do Mundo, estou como se nunca tivesse tido problemas para urinar." Já lá vão seis meses desde que se submeteu à embolização das artérias prostáticas para tratar a dificuldade urinária, de que sofria desde 1997, mas que tinha vindo a agravar-se cada vez mais. Ao CM recorda que, durante a última década, foram vários os tratamentos que experimentou, sem eficácia. "Com os comprimidos melhorava, mas depois voltavam os sintomas. Já quase não conseguia urinar. Cheguei a um ponto em que só urinava através de uma algália, é terrível", desabafa Alberto Bastos. Sempre recusou a cirurgia por "medo de que alguma coisa corresse mal". Mas quando leu uma notícia no CM sobre a técnica desenvolvida pelo médico Martins Pisco, não hesitou. "Era a solução, não implicava eventuais consequências, como a impotência", afirma.

PERFIL
Alberto Bastos tem 77 anos e está reformado. Durante toda a sua vida, trabalhou como soldador. É casado. Hoje, leva uma vida pacata, depois de anos a ‘correr’ para os hospitais devido aos problemas urinários.

Fonte Correio da Manhã

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