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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Nova droga reduz 62% o índice de infecção do HIV

Além de combater os efeitos do vírus da imunodeficiência humana, os medicamentos antirretrovirais podem ser úteis na prevenção à Aids. Dois estudos divulgados ontem, um deles conduzido pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e o outro pela Universidade de Washington, mostraram que uma dose do coquetel truvada por dia diminui o risco de infecção pelo vírus.

As pesquisas foram feitas com homens e mulheres heterossexuais de três países africanos, o continente mais afetado pelo HIV — 65% da população com Aids estão na região da África Subsaariana.

Os dois estudos serão detalhados na próxima semana durante a Conferência Mundial de Aids, que começa neste domingo em Roma. Porém, os dados preliminares já revelaram que o antirretroviral tem grande potencial no combate à epidemia, que afeta 33,3 milhões de pessoas no mundo, sendo 592.914 delas no Brasil. A estratégia é chamada de profilaxia de pré-exposição (PrEP) e consiste em tomar o comprimido um dia antes do ato sexual. O índice de infecção de pessoas que fizeram uso do método foi quase dois terços menor, quando comparado aos grupos de controle, istso é, aos voluntários que não usaram o truvada como prevenção.

O trabalho do Centro de Prevenção de Doenças (CDC) envolveu mais de 1,2 mil heterossexuais não infectados e com vida sexual ativa no país africano Botsuana. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: 601 tomavam uma dose diária de truvada, uma combinação dos medicamentos anti-HIV tenofir e entricitabina, e 599 receberam apenas placebo. Todos os voluntários tinham acesso a preservativos e eram informados da importância do uso da camisinha para diminuição do risco de Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. Depois de 12 meses, entre as pessoas que tomaram as drogas verdadeiras, nove tornaram-se HIV positivas, enquanto que, no outro grupo, o número foi 24.

Experiência positiva
Já no estudo da Universidade de Washington, os cientistas focaram 4.758 casais heterossexuais, sendo que um dos parceiros era infectado pelo vírus da Aids. Os voluntários, do Quênia e de Uganda, foram divididos em três grupos: um deles recebeu apenas tenofir, o segundo tomou o coquetel truvada e um terceiro ficou com placebo. Após três anos, as pessoas que tomaram tenofir tiveram 62% menos infecções do que aquelas que não receberam nenhum medicamento.

Entre os que receberam o coquetel, o índice foi 73% menor. Baseado nesses resultados, o placebo foi excluído do estudo e aqueles que tomaram as pílulas falsas começaram a receber os antirretrovirais. “Esses dados mostraram, definitivamente, a eficácia do tratamento”, disse Jared Baeten, principal autor do estudo, em uma teleconferência nos Estados Unidos.

Um estudo anterior, conduzido com casais de homens em que um dos parceiros era soropositivo, registrou uma redução de 44% de infecção entre aqueles que receberam a mistura de tenofovir e entricitabina. Mas não havia certeza entre os pesquisadores de que a prevenção pudesse funcionar em casais heterossexuais. Em maio passado, um teste clínico realizado em nove países com 1.763 casais, em grande parte heterossexuais, indicou que entre os soropositivos que tomaram antirretrovirais em um estágio precoce da doença, o risco de infectar o parceiro caiu 96%.

Michel Sidibé, diretor executivo da Unaids, o programa de HIV/Aids das Nações Unidas, comemorou o que considerou “um grande avanço científico, que prova o papel essencial que o tratamento antirretroviral deve desempenhar no combate à Aids”. “Esses estudos podem nos ajudar a avançar no combate à epidemia”, disse à imprensa. “Esse é um momento muito animador para todos nós que trabalhamos com a prevenção à Aids”, declarou Michael Thigpen, principal autor do estudo do CDC.

Margaret Chan, que dirige a Organização Mundial de Saúde, ressaltou que as pesquisas “podem ter um impacto enorme para a prevenção da transmissão entre heterossexuais”. “Estamos em um momento importante”, declarou Mitchell Warren, diretor-executivo da organização não governamental aamericana Avac, para quem é necessário agora definir “de que forma utilizar melhor os antirretrovirais como meios de prevenção”.

Fonte Correio Braziliense

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