A Plataforma Contra a Obesidade manifesta-se contra práticas de exercício físico baseadas na intensidade do esforço ou que se assemelhem a praxes e rejeita a exibição das pessoas obesas como espetáculo.
Num texto sobre Boas Práticas de Perda de Peso, para divulgação pública, o Conselho Científico da Plataforma lembra ainda que os objetivos de redução de peso devem ser realistas – nos primeiros seis meses, o objetivo deve ser de 500 gramas a um quilo por semana.
Numa altura em que a SIC exibe o programa “Peso Pesado”, mas sem nunca se referir ou estabelecer qualquer ligação com ele, a Plataforma mostra-se contra a exibição da obesidade como forma de espetáculo.
“A exibição da obesidade severa, tal como no passado se fazia no circo ou nas feiras, faz das pessoas em causa vítimas do espetáculo e acentua o estigma que a sua aptidão física determina e que deve ser combatido”, refere o texto, a que a agência Lusa teve acesso.
Mesmo considerando que o gasto de energia através do exercício é importante para a perda de peso, os especialistas lembram que tem de haver um doseamento individual para garantir “um acesso fácil, suportável e sustentável”.
“São desaconselhadas práticas predominantemente baseadas na intensidade do esforço e na procura de superação, nomeadamente em pessoas com fragilidades musculares e articulares”, adianta o Conselho Científico da Plataforma.
Os peritos vincam também que os “procedimentos de natureza espetacular que mais se assemelham a praxes” podem não ser seguros e comprometer a auto-motivação, limitando o desenvolvimento de prazer associado à prática de atividade física no futuro.
Quanto à terapia alimentar, deve ser pensada a longo prazo e nunca com duração inferior a seis meses, com objetivos realistas para a perda de peso.
A Plataforma afirma ainda que a obesidade grave pode estar associada a dificuldades psicossociais, mostrando-se contra a exposição individual do sofrimento psicológico.
“Essa exposição pode acentuar, mais tarde, e fora de certos ambientes aparentemente mais protetores, ainda que não o sendo na realidade, sentimentos de embaraço e de perda de autoestima e cimentar a ideia de que a pessoa com obesidade é portadora de problemas emocionais e comportamentos descontrolados”, conclui o texto sobre as boas práticas para perder peso.
A doença tem de ser travada, dizem os peritos, mas recordando que o combate é contra a obesidade e não contra a pessoa com obesidade.
Em Portugal há cerca de três milhões de adultos com peso excessivo, incluindo cerca de 400 mil com obesidade. Destes, 36 mil terão obesidade mórbida.
Fonte Destak
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