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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Portugal: Lagoa: Doente que quase cegou há um ano vê melhor

Uma das doentes que quase perdeu a visão após ter sido operada numa clínica de Lagoa há um ano mantém a esperança em recuperar e poder regressar às suas rotinas diárias, contou a própria à Lusa.

Valdeleine Santos, de 36 anos, foi uma das quatro vítimas das operações mal sucedidas realizadas a 20 de Julho passado na clínica I-QMed, em Lagoa, por um médico holandês, a par de mais três idosos.  

Por sofrer de miopia, recorreu à clínica para colocar lentes intraoculares, mas poucas horas depois da cirurgia "já quase não via nada", o que a levou a procurar assistência médica de imediato.  

Acabou por ser a primeira a ser internada para tratamento no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, para onde foram também encaminhados os outros três doentes, alguns apenas uma semana depois.  

Conta que foram dias "muito difíceis" porque na altura apenas conseguia ver sombras, mas hoje, apesar de não ver nitidamente, já consegue sair sozinha à rua durante o dia e desempenhar algumas tarefas domésticas.  
"Ainda tenho um longo caminho a percorrer, não vejo p
erfeitamente, mas já vejo melhor", refere, sublinhando que a sua principal dificuldade continua  a ser a de distinguir as imagens ao longe.  

A viver em Vila Nova de Milfontes, no Alentejo, com um filho de 18 anos e uma filha de 4, diz que é a ajuda da irmã e dos amigos que lhe tem valido  durante os últimos 12 meses.  

Desde o sucedido já foi submetida a três operações aos olhos mas diz ter ainda pelo menos outras duas pela frente.  

"Acho que os médicos não falam muito no futuro para não me darem falsas esperanças mas eu acredito que vou melhorar", afirma.  

Menos esperançado está Ernesto Barradas, de 84 anos, que perdeu o globo ocular direito após o tratamento na clínica de Lagoa e mal vê do olho esquerdo. 

Segundo contou à Lusa a sua filha, Maria do Rosário Barradas, o pai, com quem vive em Vila Nova de Cacela, no Algarve, praticamente não sai sozinho de casa com medo de cair e tem grandes dificuldades em assinar o nome e  ler.  

"Ele andava de bicicleta, era autónomo, mas desde a operação que está muito em baixo", desabafa Maria do Rosário, que pediu transferência da Câmara  de Lisboa para a de Vila Real de Santo António para poder cuidar do pai. 

Há umas semanas a PJ mandou Ernesto fazer um exame médico para avaliar as lesões que resultaram da operação. Mas agora só volta a ter vaga para consulta no Hospital dos Capuchos, onde foi tratado, em fevereiro do próximo ano. 

PRAZO ALARGADO DEVIDO A “COMPLEXIDADE”

O prazo do inquérito ao caso das quatro pessoas que há um ano ficaram parcialmente cegas após uma operação numa clínica  em Lagoa, no Algarve, foi alargado até novembro, disse à Lusa o advogado dos pacientes.  

Segundo António Vilar, o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Évora, que está a conduzir o inquérito, terá prorrogado o prazo devido à sua "complexidade" e "dificuldades na tradução" de documentos.  

O médico responsável pelas operações mal sucedidas na clínica I-QMed, a 20 de Julho do ano passado, Franciscus Versteeg, é holandês, país para onde se supõe que terá regressado, mas ainda não foi constituído arguido. 

Segundo fonte da Procuradoria Geral da República (PGR), a carta rogatória que poderá conduzir à notificação do clínico para prestar declarações "está finalmente a ser traduzida", processo que se espera "estar concluído em  breve".  

António Vilar admite, contudo, que a tradução da carta - que funciona como um instrumento de cooperação entre os dois países -, pode ficar atrasada “por falta de verbas para pagar a um tradutor".  
Dos quatro doentes, três idosos submetidos a cirurgia para as cataratas ficaram irremediavelmente cegos de um olho.

Fonte Correio da Manhã

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