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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Remédio anti-HIV feito com tabaco começa a ser testado

Pesquisadores usaram substância geneticamente modificada. Ação visa oferecer maneira mais barata de produzir medicamentos

Pela primeira vez na pesquisa farmacêutica europeia, cientistas lançaram um ensaio clínico com um remédio anti-HIV criado pela biotecnologia usando tabaco geneticamente modificado, planta mais conhecida por prejudicar a saúde humana.

A ação marca um avanço no campo emergente da agricultura molecular, capaz de oferecer uma maneira mais barata de produzir drogas e vacinas a partir da biotecnologia, comparando com os sistemas tradicionais da indústria.

Depois de obtido o sinal verde dos reguladores, o anticorpo monoclonal está sendo testado em um pequeno estudo envolvendo 11 mulheres saudáveis na Grã-Bretanha. Ele foi desenhado para ser usado como microbicida vaginal a fim de evitar a transmissão do HIV durante o sexo.

Se o estudo da Fase I for bem-sucedido, ensaios maiores serão feitos e os pesquisadores preveem que o novo anticorpo, o P2G12, será combinado com outros em um microbicida que ofereça uma ampla proteção contra o HIV/Aids.

O ensaio é um marco para o projeto Pharma-Planta, lançado em 2004 com 12 milhões de euros (16,8 milhões de dólares) financiados pela União Europeia.

No momento, drogas caras -- como os tratamentos anticâncer da Roche Herceptin e Avastin -- são produzidas em culturas de células dentro de tanques de aço inoxidável.

Os defensores da agricultura molecular acreditam que as drogas feitas a partir de proteínas podem ser produzidas de forma mais eficiente e barata dentro de plantações geneticamente modificadas, uma vez que as plantas são produtoras de proteínas com uma relação custo-benefício extremamente positiva.

O coordenador do projeto, Julian Ma, professor de imunologia molecular da University of London, em St Georges, disse a jornalistas na terça-feira que a autorização para o ensaio clínico era um reconhecimento de que os anticorpos poderiam ser fabricados em plantas com a mesma qualidade dos produzidos nas fábricas.

O anticorpo em teste foi descoberto pela empresa privada de biotecnologia Polymun, da Áustria.

Fonte IG

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