Assessorar novos infectados pelo HIV e ajudá-los a melhorar sua qualidade de vida por meio de depoimentos de pessoas que já convivem com o vírus são dois dos grandes objetivos do programa apresentado nesta terça-feira em Roma durante a 6ª Conferência da Sociedade Internacional de Aids.
"É muito mais útil que uma pessoa que tenha HIV explique a outra infectada questões relativas ao tratamento, ao diagnóstico ou à qualidade de vida", explica a psicóloga social e gerente da Sociedade Espanhola Interdisciplinar da Aids, María José Fuster. "É uma fonte mais crível por sua experiência e pela empatia."
Segundo ela, que tem Aids há 21 anos e participou da redação do programa ao lado de outras mulheres infectadas e de profissionais da área da saúde de seis países europeus, a ideia é que quem preste socorro conheça perfeitamente os problemas de quem precisa porque passou por situações e dificuldades similares.
"Quando uma pessoa se contagia, três grandes temores a tomam", relata a psicóloga. "'Quando vou morrer?', 'O que me vai acontecer se eu começar o tratamento?' e 'Quem vai me querer a partir de agora?'"
Ela resslata que, ao tratar diretamente com "um igual", muitos dos medos que o paciente tem desaparecem. "Eles veem que você está bem e se convencem que é possível", acrescenta a espanhola.
Fuster lembra que a rede de apoio é "fundamental" para enfrentar a doença e o tratamento contra a Aids, que, segundo os últimos estudos, tem efeitos positivos em 96% dos casos.
A médica da unidade do HIV do Hospital Geral de Vigo Celia Miralles concorda com as afirmações e explica que, apesar da crença generalizada, as mulheres são um dos grupos mais afetados pelo vírus, já que as características de seus órgãos genitais as transformam em sujeitos mais vulneráveis.
"Quando falamos de novos casos, a relação de contágio é de três homens para cada mulher, mas quando nos focamos em relações heterossexuais, a taxa passa a ser de 1,3 homem por uma mulher", explica a médica.
Folhaonline
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