O atendimento a pacientes portadores de megacólon congênito (doença de Hirschsprung) na Santa Casa de Belo Horizonte (MG) chamou a atenção do chefe de Divisão de Cirurgia Pediátrica da Universidade de Hong Kong, prof. Paul Kwong-Hang Tam.
No ano passado, o chefe da Clínica Cirúrgica Pediátrica da Santa Casa, Dr. Manoel Firmato de Almeida, apresentou ao especialista chinês a sua experiência na Instituição.
Por acompanhar, há 45 anos, uma família da Zona da Mata mineira que tem a doença presente em duas gerações, Dr. Firmato enviou material genético de 14 membros, afetados ou não pela doença, para a Dra. Merce Garcia-Barcelo, assistente do Dr. Tam, que conduz o estudo na Universidade de Hong Kong.
A doença de Hirschsprung é uma anomalia congênita e tem como característica a ausência dos neurônios intramurais dos plexos nervosos parassimpáticos. Com isso, o intestino grosso é afetado. Os principais sinais e sintomas da doença são a distensão abdominal logo após o nascimento, com vômitos e posterior prisão de ventre. Estudos mostram que a enfermidade ocorre em 1/20.000 a 1/5.000 nascimentos no mundo.
A alta incidência de gêmeos conjugados em Minas Gerais e atendidos na Santa Casa também chamaram a atenção do prof. Tam. Ele deseja fazer estudos aprofundados nos DNAs das crianças operadas com sucesso. “O futuro da medicina está nos estudos genéticos e na prevenção. Estudos nesse sentido servirão muito para basear aconselhamentos genéticos. Pesquisas assim não são realizadas no Brasil. Precisamos contar com parcerias com outros países”, afirma Dr. Firmato.
Fonte revistahospitaisbrasil
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