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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sistema sem fios permite controle de cadeiras de rodas com a cabeça

Um objeto do tamanho de um controle remoto, capaz de detectar e processar movimentos, mostra-se uma alternativa promissora para facilitar a vida e a inclusão de pessoas com deficiência física ou dificuldades de locomoção. A nova tecnologia, desenvolvida por formandos do curso de engenharia elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI), em São Paulo, permite, por exemplo, o uso de uma cadeira de rodas apenas com movimentos da cabeça. Outra função é a de avisar o cuidador quando um paciente ou pessoa idosa sofre uma queda. A tecnologia permite também o controle de cursor de mouse.

O sistema é composto por sensores que captam e transmitem movimentos por meio de radiofrequência. A tecnologia, porém, já é conhecida. Trata-se do controle remoto sem fio, utilizado, por exemplo, em videogames interativos, como o Wii. A inovação fica a cargo de suas aplicações. “Nossa intenção era chegar a diversos públicos, mas sempre buscando facilitar a vida das pessoas”, explica Fátima Monteiro, que faz parte da equipe de engenheiros eletricistas que desenvolveu o projeto.

Para o controle da cadeira de rodas, basta acoplar o sensor — localizado em uma estrutura semelhante a um controle remoto de televisão — em uma tiara ou boné. No momento em que o indivíduo inclina um pouco a cabeça para baixo, a cadeira destrava. Ao inclinar um pouco mais, a cadeira anda para frente. “Para fazer o movimento contrário, basta inclinar a cabeça para trás”, ensina Fátima. De acordo com a engenheira, isso ocorre porque é emitido um sinal do sensor ajustado à cabeça do usuário a um circuito na parte inferior da cadeira, que faz as rodas se movimentarem. “É um tipo de comunicação entre as placas”, resume.

Na aplicação do mouse sem fio, o sensor fica na mão. “Eles dão os comandos normais de um mouse, como arrastar, abrir e fechar janelas. Dá até para jogar videogame”, conta Fátima. “Também pode ser usado em apresentações ou por pessoas com movimentos limitados”, lembra a engenheira. Entretanto, neste caso, os formandos desenvolveram um adaptador USB, para que a máquina entenda que existe o componente sem fio.

Hospitais e asilos
Para a detecção de quedas, o sistema sem fio também se mostra promissor. O projeto poderia, por exemplo, ser utilizado no monitoramento de idosos e crianças em hospitais ou asilos. “Basta colocar o sensor dentro do bolso ou pendurado como um colar”, diz Fátima. Nessa função, o adaptador USB também está conectado a um computador, mas funciona como uma porta de comunicação padrão. Como em todas as outras funções, a comunicação de dados está sendo transmitida a todo instante. Caso seja detectada a queda da pessoa, o sensor envia um sinal para o adaptador USB, alertando sobre o ocorrido. “A detecção da queda ocorre porque o protocolo feito contém informações que caracterizam qual indivíduo sofreu a queda, caso haja mais de um sensor sendo utilizado para o monitoramento no mesmo ambiente”, explica a engenheira.

Fábio Lima, engenheiro eletricista e orientador do trabalho, destaca que o protótipo foi todo construído com peças existentes no mercado. “Tudo foi viável no desenvolvimento do sistema. Bastou ter um outro olhar para sua aplicação”, avalia. Orlando Del Bianco, professor de sistemas digitais do Departamento de Engenharia Elétrica da FEI, que participou da banca de avaliação, ressalta as possibilidades de cobertura do sistema. “O projeto poderia facilmente ser adaptado não só para a locomoção, como também na inclusão digital de pessoas com movimentos restritos.” O controle sem fio aguarda agora o interesse de empresas na criação de produtos que possam ir ao mercado.

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